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Duarte Cordeiro: “Portugal tem de se manter ambicioso” na política climática

De um ano para o outro, Duarte Cordeiro trocou de chapéu: na COP28 esteve como ministro e agora, na COP29, como fundador de uma consultora de Sustentabilidade. Ao Negócios, explicou as diferenças.

Negócios 20 de Novembro de 2024 às 11:30
Tiago Sousa Dias
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Perguntas a Duarte Cordeiro
"Partner" da consultora Shiftify e antigo ministro do Ambiente e Ação Climática

Qual a importância de estar presente na COP29?
Durante as COP temos oportunidade de assistir a conversas relevantes sobre os últimos desenvolvimentos nas políticas climáticas, mas também sobre tecnologias que estão a ser aplicadas em todo o mundo. Quando pensamos no tema da aceleração climática, temos de partilhar o nosso conhecimento, mas também aprender com os desenvolvimentos mais inovadores.

As empresas precisam cada vez mais de ajuda na transição climática e energética?
Muitas empresas estão focadas nas suas áreas de negócio e podem recorrer à consultoria para planear o seu processo de descarbonização, mas também a explorar oportunidades que podem surgir nesse processo, especialmente no cruzamento com outros setores, seja através da modernização tecnológica ou na compensação carbónica. Há setores onde o processo de descarbonização é mais difícil, porque implica muita inovação, e nem todas as empresas têm departamentos de sustentabilidade e inovação preparados para a mudança.

Há setores onde o processo de descarbonização é mais difícil, porque implica muita inovação e nem todas as empresas estão preparadas para a mudança. Duarte Cordeiro
"Partner" da consultora Shiftify

É diferente vir à COP como ministro e como empresário?
Como ministro, na última COP28, no Dubai, estive envolvido na negociação e na construção do entendimento final. É uma grande responsabilidade porque representamos o nosso país. Somos uma referência na geração de energia renovável e no financiamento climático a países em vias de desenvolvimento, com a troca de dívida pública de Cabo Verde e São Tomé por financiamento climático a esses países.

O legado que deixou está a ser bem cuidado?
O Governo - e em particular a ministra do Ambiente e Energia - tem aproveitado, e bem, muito do trabalho feito em matéria de política energética, ambiental e de cooperação climática. Portugal tem de se manter ambicioso ao nível internacional.

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