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CEO da Savannah: “Governança sólida” ajudou a enfrentar Operação Influencer

“Uma governança sólida ajuda as empresas a passar por estes momentos de tensão com a confiança que estão a fazer as coisas bem”, garante Emanuel Proença

Duarte Roriz
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Emanuel Proença estava há exatamente seis semanas no cargo de CEO da mineira britânica Savannah Resources – dona do projeto da minha de lítio do Barroso, em Boticas – quando rebentou a polémica sobre os negócios do lítio e do hidrogénio, no âmbito da Operação Influencer. “Não fosse a Savannah uma empresa cotada na bolsa de Londres, obrigada a padrões de comportamento muito restritos, com 4.000 acionistas a escrutinar o que fazemos e mecanismos de governança muito apertados, tudo teria sido muito mais complicado”, garantiu o responsável no painel dedicado à “Economia ESG” na conferência Negócios Sustentabilidade 20 | 30.

Desses dias conturbados, o responsável lembra “toda a atenção mediática colocada sobre a investigação (que entretanto foi desconstruída)”, a queda a pique no valor das ações da empresa e ainda as dezenas de telefonemas por parte de investidores preocupados que “vieram da Austrália, Suécia, Noruega, EUA, e de todo o mundo”. “Uma governança sólida ajuda as empresas a passar por estes momentos de tensão com a confiança que estão a fazer as coisas bem”, garante Emanuel Proença, sublinhando que Savannah tem enfrentado “muita desinformação”, mas que ainda assim cabe à empresa explicar o que pretende fazer. À comunidade de 600 pessoas residentes em Boticas, maioritariamente idosas, o CEO diz que o projeto pode dar emprego a 350 pessoas e agregar uma comunidade de mais de mil pessoas.

Luís Delgado, administrador executivo da Bondalti – empresa do setor industrial químico que está a apostar em força no hidrogénio e lítio verdes –, frisou que “o mais importante da sustentabilidade é o negócio, em si”. “Não vamos conseguir atingir os objetivos de descarbonização na UE sem a indústria química estar diretamente envolvida”. E acrescentou: “Temos de ter negócios sustentáveis num espaço europeu competitivo”.

Já Assunção Cristas, professora na Nova School of Law e responsável pela área de Ambiente e ESG na VdA, lembrou que a vertente ambiental é aquela que continua a prevalecer nas estratégias de sustentabilidade. “Não pode ser só um esforço das empresas. As empresas precisam de quadros regulatórios claros, estáveis, previsíveis e sobretudo atempados, o que muitas vezes falha”, criticou. Também Ângela Lucas, que pretende fechar o levantamento de capital do Land Fund nos próximos meses, frisou a necessidade de haver estabilidade e segurança nos mercados para as empresas e os objetivos de sustentabilidade conseguirem chegar a bom porto.

Carlos Freire, CEO da Aon, corroborou que a sustentabilidade já ganhou o seu espaço e está a ser incorporada nas estratégias como “linha de defesa”, frisando, no entanto, que “não há nenhuma empresa que consiga abordar a sustentabilidade sozinha”. Na sua perspetiva, o conceito ESG vai mesmo ser absorvido e integrar a atividade empresarial em toda a linha .

 

A Savannah tem enfrentado muita desinformação.
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