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“A sustentabilidade vai transformar a forma de fazer banca”

O Millennium bcp está a abraçar o desafio da sustentabilidade com transformações internas e influenciando toda a sua cadeia de valor. Quer reduzir a sua exposição a projetos não sustentáveis, liderar as emissões de greenbonds e atingir a neutralidade carbónica em 2030.

Negócios 11 de Outubro de 2022 às 07:10
Miguel Maya | Millenium bcp
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Num mundo em plena transformação, os desafios da sustentabilidade têm de entrar definitivamente na cultura dos bancos.

"Não podemos tratar a sustentabilidade como algo que é importante no momento atual, temos de olhar para a sustentabilidade como algo que vai transformar a forma de fazer banca no futuro", salienta Miguel Maya, CEO do Millennium bcp. Nesse sentido, no topo dos desafios, está, para o CEO, trazer para dentro da cultura do banco "uma genuína preocupação com toda a temática da sustentabilidade".

O segundo grande desafio que a banca enfrenta é toda a alteração de processos que tem de implementar para poder mensurar os desafios, porque "se ficarmos apenas pelas palavras, se não formos para a parte quantitativa, vai ser muito difícil conseguirmos alcançar estes resultados", destaca o CEO.

Neste sentido, Miguel Maya sustenta que é preciso identificar claramente os objetivos, saber como os medir e partilhar essa informação internamente e com o mercado.

E eis o terceiro grande desafio. Para que o setor se transforme numa atividade mais sustentável, é preciso envolver todos os "stakeholders", desde clientes a fornecedores.

"O banco não vai ser bem-sucedido se houver parte dos ‘stakeholders’ que não perceba qual é a nossa estratégia e se não comungar também dessa estratégia", afirma o responsável.

 

Transformações ESG

Em termos concretos, a transformação do banco atravessa as três dimensões dos critérios ESG (ambiental, social e governação, sigla em inglês).

A nível ambiental, por exemplo, a eletricidade consumida pelo banco em Portugal no presente ano já é 100% verde, num mix de energia produzida pela central fotovoltaica do TagusPark e de energia adquirida com certificado de origem renovável.

A nível social, destaque para a atividade de microcrédito, na medida em que foram concedidos financiamentos que superam o montante acumulado de 45 milhões de euros a mais de 4.500 projetos, que permitiram gerar mais de 7.300 postos de trabalho.

O Millennium bcp também explana no seu plano estratégico uma série de metas, que passam por diminuir em mais 50% a sua exposição a projetos muito ligados a energias não sustentáveis.

Mas, neste caso, Miguel Maya deixa claro que "não é aos setores, porque temos de apoiar esses setores a fazerem a própria transição, é a projetos que estejam ligados a essas tecnologias".


O banco também quer crescer mais de 50% em novas operações de "green projects" e quer liderar em Portugal as emissões de greenbonds. Como meta adicional tem também atingir a neutralidade carbónica em 2030. Neste sentido, o CEO garante que todos no banco estão a "trabalhar ativamente para isso".

"Temos metas quantificadas, conhecidas dentro e fora da organização, porque constam do plano estratégico do banco e de todo o plano de sustentabilidade do banco e vamos cumprir com esses objetivos que definimos", refere.


A atividade do banco em prol da sustentabilidade tem trazido alguns reconhecimentos. Por exemplo, em 2022, integrou, pelo terceiro ano consecutivo, o Bloomberg Gender-Equality Index, mantendo-se no grupo restrito das empresas que, a nível mundial, se têm destacado na implementação de políticas e práticas de igualdade de género, diversidade e inclusão.

Também a revista Global Finance distinguiu o Millennium bcp como o Melhor Banco para Finanças Sustentáveis em Portugal no corrente ano.

Sobre a iniciativa Negócios Sustentabilidade, que entra agora na sua terceira edição, Miguel Maya considera que "é muito importante, porque temos de passar das palavras aos atos".

"E esta sensibilização da comunidade, por um lado, para deixar de se ficar apenas nos grandes ‘statements’ para passar a exigir objetivos concretos tem de ser feita em colaboração com entidades que também tenham credibilidade, altamente motivadas e que partilhem este propósito transformacional em que nós estamos envolvidos", salienta o CEO.

Por este motivo, refere, a parceria com o Negócios "foi exatamente para garantir que a sociedade se torne mais exigente e vai ser mais exigente connosco, que é também uma forma de nos estimular a cumprir aquilo que apresentamos como promessas".

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