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“A sustentabilidade passou a ser o nosso negócio”

Num contexto geopolítico e ambiental que exige adaptações rápidas, a EDP traçou um plano para responder a um espetro alargado de desafios. Chegar a 2030 com 100% da energia a ser produzida a partir de fontes renováveis é um dos objetivos.

Negócios 15 de Dezembro de 2022 às 06:33
Miguel Setas, administrador executivo da EDP
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O mercado de energia está a viver tempos particularmente conturbados decorrentes da crise energética propulsionada pela guerra na Ucrânia. Ao mesmo tempo, as preocupações ambientais pressionam para mudanças rápidas para se criar uma operação mais sustentável.

"Temos que começar primeiro por entender o contexto em que nós operamos. Estamos numa circunstância do ponto de vista geopolítico que nos coloca grande preocupação e esse cenário geopolítico tem impactos muito relevantes e expressivos no mercado de energia em particular. Toda a Europa está a sofrer com esse contexto", começa por referir Miguel Setas, administrador executivo da EDP.





Este mix de contexto geopolítico e ambiental está a levar a que "as empresas, em particular no setor elétrico, como é o caso da EDP, tenham uma atuação proativa e uma atuação urgente", acrescenta o responsável. Foi neste contexto que a empresa aprovou o seu novo plano estratégico.

"O plano estratégico perspetiva aquilo a que chamamos uma transição energética e, portanto, engloba um espetro muito alargado de desafios na dimensão ambiental e na dimensão climática", sublinha Miguel Setas.

O plano abarca as três dimensões dos objetivos ESG, nomeadamente a nível ambiental, social e na esfera da governação. Para o administrador, "mais do que um conjunto de tópicos, isto passou a ser a nossa cultura. A sustentabilidade deixou de ser um departamento, deixou de ser uma atividade, deixou de ser uma preocupação lateral para passar a ser o nosso negócio".

Nesta linha, Miguel Setas dá conta de cinco áreas prioritárias na área da sustentabilidade. A primeira é fazer uma "descarbonização acelerada", ou seja, "queremos chegar a 2030 com 100% da nossa energia produzida com fontes renováveis". Este objetivo inclui também chegar a 2025 sem carvão e chegar a 2040 com neutralidade carbónica no scope 3 (emissões indiretas de carbono da cadeira de valor).

Uma segunda área refere-se à promoção de uma transição justa. "Aqui, o nosso compromisso é de sermos criadores líquidos de emprego nas situações em que temos algum impacto social resultante desta transição para as energias renováveis", explica Miguel Setas. A terceira área visa regenerar os ecossistemas onde a EDP está presente e a quarta pretende envolver todos os fornecedores numa caminhada conjunta denominada "Jornada ESG". A última área estratégica é a nível cultural, onde a EDP pretende propagar os valores da sustentabilidade dentro da organização e no ecossistema à sua volta.


As dimensões social e de governação estão também consideradas, na medida em que, para o administrador, "esta crise climática e tudo aquilo que vivemos hoje tem vindo a agravar ainda mais as grandes desigualdades sociais na nossa sociedade". Relativamente à governação, as "preocupações são múltiplas", destacando a área da gestão e dos recursos humanos como as principais.


Neste turbilhão de transformações, a informação ganha importância acrescida. Miguel Setas destaca, por isso, a iniciativa Negócios Sustentabilidade 2030. "Todos os esforços que se possam fazer para aumentar o nível de consciência para aumentar a divulgação daquilo que é o diagnóstico já efetuado aos desafios que nós temos à nossa volta, mas também com foco nas soluções e nos caminhos que há para trilhar, com urgência, é muito valoroso".

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