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200 milhões para a água no Algarve

O diretor da Direção Regional da Administração Regional Hidrográfica Algarve enumerou os principais objetivos do Plano regional de eficiência hídrica no Algarve, no valor de 200 milhões de euros.

10 de Abril de 2021 às 10:55
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Pedro Coelho referiu os principais objetivos do Plano regional de eficiência hídrica no Algarve, que teve início em 2020, e que vai fazer parte do PRR com um montante de 200 milhões de euros, no qual se incluiu a dessalinização de água do mar com 45 milhões de euros.

 

"Escassez hídrica, redução ou eliminação de cargas poluentes, a reabilitação fluvial, a gestão do risco de inundações e a gestão e valorização do litoral são as cinco temáticas muito importantes para Albufeira e o Algarve", referiu Pedro Coelho, diretor da Direção Regional da Administração Regional Hidrográfica Algarve durante a sessão final do Albufeira21 Summit, que decorreu nesta manhã de sábado. Acentuou ainda que em Albufeira a mobilidade sustentável, a eficiência energética do edificado, a reabilitação urbana, a recolha de bioresíduos e o aumento da recolha seletiva são desafios muito importantes.

"A escassez hídrica é o grande problema e que tem sido intenso nos últimos dois anos. Entre 2010 e 2021 já existiram três anos muito secos e com baixas precipitações", detalhou o responsável.

Este plano conta com 53 medidas e tem como principais metas a redução de perdas no setor urbano de 6,5 hectómetros cúbicos de 2025, e esta é mais relevante porque se trata de água tratada, a redução de perdas reais no setor agrícola de 5,3 hectómetros cúbicos e nos campos de golfe de 5,6 hectómetros cúbicos até 2026 com a reutilização de água.

Ainda segundo Pedro Coelho, há 18 milhões de metros cúbicos de água não faturada e dos quais mais de 13 milhões de metros cúbicos são perdas reais, por isso "há margem para gerir melhor a água tanto nos seus usos como na melhoria da gestão das infraestruturas", concluiu.

 

Escassez é estrutural

No dia anterior Pedro Valadas Monteiro, diretor da Direção Regional Agricultura e Mar, reforçou que uma das principais ameaças é a climatérica e estamos a viver períodos de seca cada vez mais correntes e intensos. "A quantidade de água que existe no solo, que provem da precipitação era inferior a 1. É um ponto em que a quantidade de água que existe no solo é tão baixo que nem a própria vegetação natural, as espécies tradicionais de sequeiro conseguem satisfazer as suas necessidades hídricas. Por isso temos um problema de seca na região do Algarve, que não é circunstancial, é estrutural. É a maior ameaça que impede sobre a nossa região atualmente", afirmou Pedro Valadas Monteiro.

Na sua opinião, "somos uma região fortemente assimétrica com um litoral com forte carga populacional e de infraestruturas, e depois um interior envelhecido e despovoado. As projeções apontam um crescimento demográfico até 2040 de 60%. As alterações climáticas também afetam o litoral aumentando o risco com a subida da água do mar, a erosão costeira, e cada vez há mais riscos".

Fez ainda referência à atividade económica concentrada na faixa costeira que vai além da praia e das atividades turísticas revelando que "o off-shore  já tem com infraestruturas fixas que já estão implantadas como aquacultura, locais para fazer a recolha de areais para fazer recargas de areais, navios afundados, recifes artificiais, além de todo o tráfego tanto de embarcações de pescas como navios mercantes".

 

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