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"Tem de haver uma revolução nos rótulos, porque o rótulo comunica demasiado e informa pouco", afirmou Amândio Santos, presidente da Portugal Foods, durante o debate "Responsabilidade ambiental e social no consumo. O consumidor é quem mais ordena?", moderado por Luísa Schmidt, socióloga e investigadora coordenadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Para António Casanova, CEO da Unilever Portugal, "os rótulos são uma guerra perdida. Somos muito eficientes a fazer o que fazemos, mas os rótulos nunca terão dimensão para ter toda a informação exigível e necessária. A única alternativa é direcionar o consumidor para outros sítios".
Isabel Barros, administradora executiva da MC Sonae, assinalou dois aspetos relacionados com o produto. Por um lado, a proveniência de um produto de fora da União Europeia não significa que tem uma pegada ecológica maior, "mas de facto não vem explicado e, por isso, é importante a rastreabilidade de toda a cadeia do produto. Estamos a fazer grandes investimentos para fazer esta traçabilidade para informar o consumidor. Já temos o rastreio de quase 90% dos nossos produtos de marca própria".
O momento do consumo
António Casanova alertou que, nas indústrias de consumo e distribuição, o grande impacto ambiental é no momento do consumo. "Num gel de duche, ou sabonete, dois terços do impacto ambiental está no momento de utilização no duche. É no uso do produto pelo consumidor que está o impacto não é na produção, no transporte ou na logística. O mesmo acontece na lavagem da roupa em que o grande impacto está nas opções de lavagem".
Na sua opinião, seria crucial agir sobre a forma como os consumidores utilizam os produtos, mas reconhece que "os consumidores não mudam a maneira como usam os produtos, e, portanto, a única forma que temos é mudar os produtos". António Casanova deu exemplos da sua empresa. Por exemplo, nos detergentes para lavagem nas máquinas mudou do pó para o líquido e depois para as doses individuais, "porque só assim conseguiríamos controlar o consumo e o impacto ambiental. Mas as reformulações têm os seus riscos e são muito críticas".
A pressão dos preços
"O retalho em Portugal é um setor de grande concorrência e competitividade mesmo ao nível europeu, e em que 50% das vendas são feitas em artigos de promoção", afirmou Isabel Barros. Considerou ainda que "a pressão de preços são enormes mas as rentabilidades da distribuição andam em torno dos 4%, e porque tem havido um aumento muito grande de eficiências, tanto operacionais como energéticas".
Amândio Santos disse que, nos últimos dois anos, a indústria acumulou 30% dos custos de produção que não conseguiu passar para os preços finais dos produtos. Sublinhou ainda na produção agroindustrial não conta apenas os aumentos dos fatores de produção, como os fertilizantes, a energia, mas também os eventos climáticos. Deu o exemplo das fracas campanhas de azeitona deste ano que deverão ter implicações nos futuros preços do azeite.
Para António Casanova, CEO da Unilever Portugal, "os rótulos são uma guerra perdida. Somos muito eficientes a fazer o que fazemos, mas os rótulos nunca terão dimensão para ter toda a informação exigível e necessária. A única alternativa é direcionar o consumidor para outros sítios".
Isabel Barros, administradora executiva da MC Sonae, assinalou dois aspetos relacionados com o produto. Por um lado, a proveniência de um produto de fora da União Europeia não significa que tem uma pegada ecológica maior, "mas de facto não vem explicado e, por isso, é importante a rastreabilidade de toda a cadeia do produto. Estamos a fazer grandes investimentos para fazer esta traçabilidade para informar o consumidor. Já temos o rastreio de quase 90% dos nossos produtos de marca própria".
O momento do consumo
António Casanova alertou que, nas indústrias de consumo e distribuição, o grande impacto ambiental é no momento do consumo. "Num gel de duche, ou sabonete, dois terços do impacto ambiental está no momento de utilização no duche. É no uso do produto pelo consumidor que está o impacto não é na produção, no transporte ou na logística. O mesmo acontece na lavagem da roupa em que o grande impacto está nas opções de lavagem".
Na sua opinião, seria crucial agir sobre a forma como os consumidores utilizam os produtos, mas reconhece que "os consumidores não mudam a maneira como usam os produtos, e, portanto, a única forma que temos é mudar os produtos". António Casanova deu exemplos da sua empresa. Por exemplo, nos detergentes para lavagem nas máquinas mudou do pó para o líquido e depois para as doses individuais, "porque só assim conseguiríamos controlar o consumo e o impacto ambiental. Mas as reformulações têm os seus riscos e são muito críticas".
Não estamos num concurso de popularidade e achamos que todas as iniciativas que existam são muito úteis para sensibilizar a população. Gonçalo Lobo Xavier
diretor-geral da APED
Estas reformulações estão a acontecer também no que tem a ver com a nutrição, com a redução das calorias, do sal, e do açúcar. Isabel Barros, administradora executiva da MC Sonae, salientou que as marcas próprias têm hoje maior inovação e sublinhou o seu papel na nutrição com a redução dos teores de sal e açúcar nos seus produtos. "São toneladas de sal e açúcar que se retiram de uma forma gradual da dieta nutricional". diretor-geral da APED
A pressão dos preços
"O retalho em Portugal é um setor de grande concorrência e competitividade mesmo ao nível europeu, e em que 50% das vendas são feitas em artigos de promoção", afirmou Isabel Barros. Considerou ainda que "a pressão de preços são enormes mas as rentabilidades da distribuição andam em torno dos 4%, e porque tem havido um aumento muito grande de eficiências, tanto operacionais como energéticas".
Amândio Santos disse que, nos últimos dois anos, a indústria acumulou 30% dos custos de produção que não conseguiu passar para os preços finais dos produtos. Sublinhou ainda na produção agroindustrial não conta apenas os aumentos dos fatores de produção, como os fertilizantes, a energia, mas também os eventos climáticos. Deu o exemplo das fracas campanhas de azeitona deste ano que deverão ter implicações nos futuros preços do azeite.
"O desperdício alimentar é um tema muito caro à APED" "Não estamos num concurso de popularidade e achamos que todas as iniciativas que existam são muito úteis para sensibilizar a população", referiu Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, que tem 190 associados, 60 do retalho alimentar. Fez referência à aposta dos retalhistas alimentares nos denominados "produtos em fim de vida", com a etiqueta cor-de-rosa, que em 2021, evitou, juntamente com a doação a mais de mil IPSS, o desperdício de cerca de 25 mil toneladas. Para Gonçalo Lobo Xavier, "revelou que 2600 lojas de retalho alimentar, espalhadas pelo país, "têm práticas e interação com entidades que estão no terreno e que podem ajudar a quem precisa".