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Spin-off da U.Porto cria solução para tornar moda mais sustentável

Empresa incubada na UPTEC garantiu financiamento de 600 mil euros da Comissão Europeia para continuar a desenvolver produtos alternativos ao pelo, lã ou cabelo.

13 de Dezembro de 2022 às 09:34
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Continuar a usar um casaco de vison ou pelo, sem que isso signifique a morte de um animal, vai continuar a ser possível graças à tecnologia que está a ser desenvolvida por uma empresa portuense. A Biofabics, spin-off da Universidade do Porto graduada da UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, está a produzir folículos capilares em laboratório, que poderão substituir pelo, lã e até mesmo cabelo.

Esta inovação ficou no radar da Comissão Europeia resultando num financiamento de 4 milhões de euros. Este montante vai ser gerido pela Biofabics, sendo que desse total 600 mil euros serão utilizados exclusivamente pela spin-off. "O montante será aplicado no desenvolvimento da nossa tecnologia, que permite "biofabricar" e cultivar, de um modo automatizado, células com folículos capilares", conta Pedro Costa, CEO da Biofabics, num comunicado da U.Porto.

O objetivo é que esses folículos, quando suficientemente maturados, originem substitutos de pelo, lã ou cabelo, num processo mais eficiente e livre de sofrimento animal. "Pretendemos, assim, eliminar o sacrifício de animais e tornar a indústria da moda mais eficiente e animal-free", acrescenta Pedro Costa.

A Biofabics trabalha diariamente para garantir a produção em grande escala de folículos capilares, que podem ser de humanos, de animais em vias de extinção ou de lã de ovelha, todos eles desenvolvidos em laboratório e a partir de culturas de biópsias: "A partir das biópsias dos animais produzimos uma grande quantidade de células de pele que, por sua vez, originam pelo, como acontece naturalmente. A diferença é que, neste caso, isso acontece no laboratório, em incubadoras de grande dimensão, e sem o sofrimento ou morte dos animais", explica o CEO.

A empresa pretende, a longo prazo, eliminar o sacrifício de animais e tornar a indústria da moda mais eficiente e animal free. Segundo Pedro Costa, este projeto irá contemplar o "melhor de dois mundos": "Permitirá que as pessoas continuam a usar um casaco de vison ou pelo, se assim o desejarem, mas sem que isso represente a morte de um animal", diz.

De olhos postos no futuro, a Biofabics tem vários projetos de investigação em curso. Nomeadamente a "criação de modelos in vitro de osso, cartilagem, pulmão, pele e coração humano, até à criação de modelos in vitro de intestino para estudar e otimizar a alimentação de peixe em aquacultura", adianta Pedro Costa, levantando a ponta do véu para novidades que a spin-off irá trazer nos próximos tempos.

 

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