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A última central elétrica a carvão do Reino Unido fecha oficialmente as suas portas nesta segunda-feira, tornando o Reino Unido no primeiro país do G7 a acabar com a dependência deste combustível fóssil para produzir eletricidade.
A central localizada na vila de Ratcliffe-on-Soar, em Nottinghamshire, deixará de produzir eletricidade após 57 anos de funcionamento, estando o seu encerramento em conformidade com a política governamental de eliminação progressiva do carvão, iniciada em 2015. A medida põe também fim a mais de 140 anos de produção de eletricidade a partir do carvão na Grã-Bretanha.
"A era do carvão pode estar a terminar, mas uma nova era de bons empregos no setor da energia para o nosso país está apenas a começar", afirmou o ministro da Energia, Michael Shanks, num comunicado ao qual a Reuters teve acesso.
A diminuição da produção de eletricidade a partir do carvão contribuiu para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa na Grã-Bretanha, que diminuíram para mais de metade desde 1990.
A Grã-Bretanha, que tem como objetivo atingir emissões líquidas nulas até 2050, planeia também descarbonizar o setor da eletricidade até 2030, o que exigirá um rápido aumento das energias renováveis, como a eólica e a solar.
As emissões de energia representam cerca de três quartos do total de emissões de gases com efeito de estufa.
Em abril, os principais países industrializados do G7 concordaram em eliminar a energia a carvão na primeira metade da próxima década, mas também deram alguma margem de manobra às economias que dependem fortemente do carvão, o que suscitou críticas dos grupos ecologistas.
"Há muito trabalho a fazer para garantir que o objetivo de 2035 seja cumprido e antecipado para 2030, em especial no Japão, nos EUA e na Alemanha", afirmou Christine Shearer, analista de investigação do Global Energy Monitor.
A energia do carvão continua a representar mais de 25% da eletricidade da Alemanha e mais de 30% da eletricidade do Japão.
Porém, "o Reino Unido provou que é possível eliminar gradualmente a energia a carvão a uma velocidade sem precedentes", afirmou Julia Skorupska, diretora do secretariado da Powering Past Coal Alliance, um grupo de cerca de 60 governos nacionais que procuram acabar com a energia a carvão, segundo a Reuters.