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Protestos climáticos globais exigem que líderes mundiais eliminem combustíveis fósseis

De hoje até domingo, protestos em mais de 50 países visam pressionar a liderança mundial para ser mais ambiciosa no combate às alterações climáticas. Novos relatórios globais mostram que o aquecimento global está a acelerar e “fora de rota”.

15 de Setembro de 2023 às 09:55
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Milhares de manifestantes saem às ruas entre esta sexta-feira e domingo para exigirem aos líderes mundiais a eliminação dos combustíveis fósseis.

A manifestação global, que deverá ocorrer em mais de 50 países, acontece numa altura em que "chovem" relatórios a dar conta do aquecimento acelerado do planeta. Nomeadamente, ontem, a NASA anunciou que o verão de 2023 foi o mais quente de sempre no hemisfério norte, desde que se fazem registos, a partir de 1880. Também o Primeiro Balanço Global da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou esta semana que o mundo está "fora de rota" no combate às alterações climáticas. Ou seja, para manter o teto de aquecimento global abaixo dos 1,5º, será necessário atuar "com ambição e urgência" para reduzir as emissões em 43% até 2030.

Num ano em que se registam cada vez mais mortes e destruição devido a inundações, incêndios florestais e secas que bateram recordes, os manifestantes planearam mais de 500 concentrações em 54 países nos vários continentes.

Segundo a agência Reuters, os organizadores esperam que a participação global durante o fim de semana totalize mais de um milhão de pessoas. Este número poderá fazer desta ação o maior protesto internacional contra o clima desde antes da pandemia de COVID-19, quando o movimento liderado pela ativista sueca, Greta Thunberg, viu milhões de pessoas em todo o mundo juntarem-se em protesto.

Os organizadores pedem aos governos que acabem imediatamente com os subsídios ao petróleo e ao gás e que cancelem quaisquer planos de expansão da produção. Segundo a Reuters, os países gastaram um recorde de 7 biliões de dólares em subsídios ao petróleo, gás e carvão no ano passado, de acordo com uma análise do Fundo Monetário Internacional (FMI)

Por cá, a associação ambientalista ZERO deu conta de que vai estar presente na manifestação que vai decorrer no domingo em Nova Iorque, EUA. "A mensagem chave é muito clara: temos de acabar com a nossa dependência da energia fóssil que está a poluir e a aquecer o planeta, sendo causa de uma crise ambiental e climática que está a colocar em causa a habitabilidade de muitos locais no mundo. As alterações climáticas estão neste exato momento a provocar incêndios, inundações e tempestades chocantes em todo o mundo, nomeadamente na Europa. Enquanto as comunidades locais sofrem, as empresas de carvão, petróleo e gás, envolvidas nesta destruição, arrecadam lucros astronómicos", sublinha em comunicado.

A ZERO entende que a indústria dos combustíveis fósseis e os seus facilitadores, governos incluídos, são responsáveis pela crise climática. "Os governos têm de deixar de ser cúmplices destas empresas, e obrigá-las a pagar os custos dos seus danos e não permitir que se gaste um único cêntimo público em novos investimentos em combustíveis fósseis ou em projetos que aumentem o consumo de combustíveis fósseis", acrescenta.

Espera-se que cerca de 15 mil pessoas participem na marcha em Nova Iorque, no domingo, dias antes de os líderes se reunirem, no dia 20 de setembro, na primeira Cimeira de Ambição Climática das Nações Unidas, convocada por António Guterres, secretário-geral da ONU, em dezembro de 2022, para os países definirem "ações climáticas novas, credíveis e sérias" que ajudem a reverter a crise ambiental. António Guterres deverá pedir aos governos que reforcem os seus planos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

As manifestações têm lugar também dois meses antes da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), a ter lugar no Dubai em novembro, onde mais de 80 países tencionam promover um acordo global para eliminar gradualmente o carvão, o petróleo e o gás.

 

 

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