Outros sites Medialivre
Notícia

Nova aliança vai mapear localização de energias renováveis em harmonia com a natureza e as pessoas

Associação Portuguesa de Energias Renováveis, Laboratório Nacional de Energia e Geologia e The Nature Conservancy querem garantir uma transição energética verde e equitativa no país.

28 de Junho de 2024 às 09:51
Unsplash
  • Partilhar artigo
  • ...

A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e a The Nature Conservancy (TNC) estão a unir esforços para mapear as localizações mais adequadas para implementação de centrais solares e eólicas em Portugal, de forma a garantir uma transição energética limpa, verde e equitativa.

O mapa resultante vai apoiar decisores políticos, organismos públicos, investidores e promotores no cumprimento da diretiva das renováveis da União Europeia, no que respeita à designação de Áreas de Aceleração Renováveis (RAA) até fevereiro de 2026.

A colaboração resulta de um Memorando de Entendimento recentemente assinado, com vista à colaboração com todos os stakeholders portugueses, incluindo ONG ambientais nacionais, no sentido de identificar as áreas ideais para localizar novas centrais de energia solar e eólica, respeitando os valores ecológicos e culturais.

Com base numa investigação pioneira do LNEG lançada no início deste ano, o projeto irá implementar a metodologia de localização "smart" da TNC já utilizada nos Estados Unidos, Índia, Croácia e nos Balcãs Ocidentais para "estudar meticulosamente" o território de Portugal Continental, identificando as melhores localizações para novos projetos de energia solar e eólica.

Estas áreas de aceleração serão selecionadas com base na adequabilidade ambiental, na exequibilidade técnica e no alinhamento com o compromisso de Portugal de ter 90% de eletricidade renovável até 2030.

"O nosso país tem excelentes condições para a produção de energias renováveis, mas também para o (eco)turismo, a agricultura e outras possibilidades de desenvolvimento económico. Isto é possível porque Portugal também possui serviços de ecossistema valiosos que precisam de ser preservados. Acreditamos que esta colaboração pode contribuir para harmonizar todos estes usos do solo e, assim, acelerar a transição energética sustentável e justa em Portugal", sublinha Teresa Ponce de Leão, presidente do Conselho Diretivo do LNEG.

O projeto, que será concluído no início de 2026, foi iniciado durante um workshop realizado no passado mês de fevereiro para estabelecer objetivos e identificar potenciais barreiras. Os participantes destacaram a importância de iniciar este trabalho com suficiente antecedência face ao prazo para a definição final das RAA, permitindo que se faça uma consulta pública e possa identificar e sequenciar os requisitos para a avaliação ambiental e o mapeamento espacial nacional.

 

"Acreditamos que esta parceria pode ajudar a acelerar o conhecimento e a aceitação, e, assim, contribuir para acelerar uma transição energética que se pretende rápida, justa e eficaz, garantindo que Portugal aproveita a oportunidade para contribuir para a competitividade e segurança energética do país", salienta Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN. Porém, destaca que à medida que Portugal avança no caminho da transição energética, "torna-se cada vez mais importante superar as barreiras à instalação de energia renovável no país. Uma das dificuldades continua a ser a lentidão dos processos de licenciamento de projetos renováveis devido à falta de consenso sobre sinergias nos usos múltiplos do território".

Por sua vez, Elif Gündüzyeli, diretora do Programa de Energia Renovável da TNC, considera que "Portugal tem a oportunidade de marcar o ritmo da aceleração das energias renováveis na Europa, mas tem de ser inteligente para conseguir avançar rapidamente", de forma a "garantir que a implementação da energia eólica e solar seja feita em harmonia com as prioridades da natureza e das comunidades locais".

 

 

Mais notícias