- Partilhar artigo
- ...
O mercado de remoção de dióxido de carbono (CDR, sigla em inglês) deverá crescer 31% ao ano até 2028, avança a consultora mundial BCC Research num relatório publicado nesta quarta-feira.
Segundo a análise, a procura por soluções de CDR vai fazer crescer o mercado de 370 milhões de dólares para 8,1 mil milhões de dólares nos próximos anos.
O relatório, que incide sobre a América do Norte, Europa, Médio Oriente e África, Ásia-Pacífico e América do Sul, analisa o mercado de CDR dividindo-o em diferentes partes com base no tipo de tecnologia usada, compra de créditos de carbono e onde no mundo essas atividades se estão a desenvolver mais.
A pesquisa conclui que vai haver um grande aumento na utilização de tecnologias de remoção de dióxido de carbono nos próximos anos na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), para ir ao encontro dos objetivos da região de ser neutra em carbono em 2050.
Os investigadores sublinham que, para evitar que o aquecimento global se agrave, é necessário remover muito dióxido de carbono do ar. Nomeadamente, entre 100 a 1000 mil milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono ao longo deste século.
Utilizando informações do ano de 2022 como ponto de partida, o relatório prevê como o mercado irá dar um salto em cinco anos, de 2023 a 2028.
Neste momento, já existem 27 instalações em todo o mundo para retirar dióxido de carbono do ar todos os anos, sendo que mais de 130 outras unidades estão a ser construídas ou planeadas, avança a pesquisa.
"O CO2 provém de carros, fábricas e centrais elétricas, e o seu excesso pode causar problemas como o aquecimento global. O mercado CDR é onde se está a trabalhar para encontrar formas de retirar o CO2 do ar. Isto pode incluir soluções como plantar mais árvores, utilizar máquinas especiais para capturar CO2 ou encontrar formas de o armazenar no subsolo. O objetivo é tornar o ar mais limpo e saudável", assinalam os investigadores.
Recorde-se que as soluções de CDR não são consensuais. Muitos especialistas argumentam que a remoção de carbono não deve ser privilegiada, pois não se foca na questão central que é a redução efetiva das emissões de CO2, através da transição para fontes de energia renovável, eficiência energética e mudanças no estilo de vida.
Também se teme que a disponibilidade de tecnologias de remoção de carbono possa fornecer uma desculpa para adiar medidas para reduzir as emissões, além da falta de eficácia comprovada de alguma desta tecnologia.