Opinião
Empresas europeias abrem os cordões à bolsa
Há vários anos que as companhias norte-americanas têm vindo a usar as suas reservas de liquidez no reembolso aos accionistas, através dos programas de recompra de acções.
Na Europa, os "buybacks" estavam longe de assumir a dimensão que tinham nos EUA. Mas, isto está a mudar. Segundo uma notícia da agência Bloomberg, os megaplanos de compra de acções próprias estão a chegar ao Velho Continente. Num ano marcado por vários tumultos, desde as tarifas de Donald Trump até à crise italiana e às negociações do Brexit, as empresas europeias estão a apostar nesta forma de remuneração accionista, numa tentativa de amortecer as quedas em bolsa. Companhias como a Shell ou a Diageo anunciaram que vão investir milhões de milhões na compra de acções próprias, usando a liquidez gerada pelo crescimento dos lucros para aumentar a rentabilidade dos seus accionistas, dando, em simultâneo, um voto de confiança aos investidores. É que 2018 está a ser negativo para a maioria das bolsas europeias e os focos de turbulência nos mercados vieram para ficar. Nos EUA, os programas de recompra de acções parecem ter funcionado bem, veremos se na Europa vão ter o mesmo efeito.
Jornalista