Opinião
Buffet prefere perder negócio a trair filosofia de investimento
Warren Buffett tem uma regra nos negócios. Quando se lança na compra de uma empresa não entra em leilões devido a ofertas concorrentes.
E o Oráculo de Omaha preferiu perder um negócio com potencial a contrariar uma trave-mestra da estratégia de investimento que o tornou numa das pessoas mais ricas do globo. A empresa liderada por Buffett, a Berkshire Hathaway, foi a jogo para comprar a Energy Future Holding, uma empresa do sector da energia que entrou em bancarrota mas que tem uma subsidiária valiosa, a Oncor Energy, a maior empresa de electricidade do Texas. Buffett oferecia nove mil milhões de dólares. Mas um dos outros grandes pesos-pesados dos mercados, Paul Singer, que ganhou a alcunha de abutre da Argentina, opôs-se ao negócio. Como maior credor da Energy Future Holding fez pressão para que o Oráculo fizesse uma proposta mais favorável para os detentores de dívida da empresa. Buffett manteve-se fiel à estratégia e não ofereceu nem mais um cêntimo. E a Energy Future acabaria por acordar a venda a uma outra empresa, a Sempra Energy, por 9,4 mil milhões de dólares. A oferta recebeu a benção de Paul Singer. Já Buffett provou que prefere perder uma batalha a contrariar a estratégia que lhe deu milhares de milhões nos mercados.
Jornalista