Opinião
Uma Catalunha dividida à espera do diálogo. Ou não
Uma grande manifestação no centro de Barcelona, da sociedade civil catalã que até agora tinha estado calada, mostrou como está dividida a Catalunha.
Pedindo a unidade de Espanha, os manifestantes marcharam debaixo do lema "Recuperem el seny". É uma grande pressão para o presidente Carles Puigdemont, que se prepara para anunciar a independência unilateral. Na manifestação o prémio Nobel Mario Vargas Llosa, falando do patriotismo e do nacionalismo, alertou: "Não queremos Barcelona como uma cidade medieval." No El Mundo, Arcadi Espada assegura: "Um acto de força do Estado acabou com a intentona revolucionária contra a democracia. Um acto de força dos cidadãos acabou ontem com a ilusão insurreccional básica. O nacionalismo não tinha a verdade, nem a razão, nem o poder."
No Público.es, Juan Carlos Monedero afiança: "A astúcia da Convergencia Democrática de Catalunya (CDC) foi convencer parte importante dos catalães de que eles eram a solução depois de terem sido o problema. Astúcia de mentirosos. Que prometeram a independência e mentiram. E que as suas mentiras são tão flagrantes que já só lhes serve o caos." No El Confidencial, Antonio Fernandez escreve: "A dupla ofensiva da sociedade e do poder económico pode operar o milagre, mas não é seguro. Não podemos esquecer de que os 10 deputados da CUP pesam mais na consciência de Puigdemont do que as centenas de milhares de manifestantes que ocuparam as ruas de Barcelona. As grandes empresas pediram ao vice-presidente Oriol Junqueras que forçasse uma mudança de estratégia do Governo, incluindo eleições antecipadas. A desculpa para isso era que a falta de garantias do referendo não permitia oferecer resultados fiáveis. Essas pressões começaram na semana antes do 1 de Outubro. Mas a Generalitat deu os resultados oficiais esta sexta-feira."
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