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Theresa May convoca eleições antecipadas. Razões reais e aparentes

A convocação de eleições antecipadas no Reino Unido por parte de Theresa May tem muitas leituras. E muitos críticos sonantes, como a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, que já disse que é uma tentativa de deslocar o país ainda mais para a direita.

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No Independent, Matthew Norman escreve: "May recorda-nos, com a forma pudica e didáctica de uma professora primária dos anos 50, que a política não é um jogo. Mas claro que é - e aqui a vemos com dissimulada brutalidade e ostensivo cinismo. (…) Tudo isto tem a ver com May a jogar com absoluta brutalidade egoísta. Ela pretende destruir o Partido Trabalhista como um partido viável de governo durante muito tempo, senão para sempre. E pode consegui-lo." No Daily Telegraph, Fraser Nelson opina: "A verdadeira razão por que Theresa May quer uma eleição é para lançar fogo ao legado de David Cameron. (…) Ela não tem problemas na Câmara dos Comuns e ganhou facilmente os diferentes votos sobre o Brexit. Mas perdeu várias batalhas contra o manifesto de 2015 de David Cameron e este é o inimigo que ela quer matar. A primeira-ministra tem sido capaz de afastar e ridicularizar os aliados de Cameron, rasgar as suas políticas e enterrar o seu legado. Mas as suas mãos ainda estão atadas pelos compromissos do seu manifesto, muitos deles feitos em pânico por pessoas que nunca julgaram poder ganhar."

No Guardian, Jonathan Freedland argumenta: "May vai reclamar uma vitória antecipada de 8 de Junho como um aval à sua estratégia para o Brexit. Os que queriam ficar na UE vão ter de se conformar com o facto de que a saída foi aprovada pelos britânicos duas vezes num ano. (…) Todos os primeiros-ministros anseiam pelo seu próprio mandato: o que fragilizou Gordon Brown foi não ter um. Agora May terá o seu. Se ganhar com uma forte maioria, reduzirá a influência que os seus apoiantes radicais têm agora sobre ela." Portanto, May joga em vários tabuleiros.


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