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26 de Setembro de 2017 às 09:38

Os alemães votaram. E agora, o que vai acontecer?

Angela Merkel venceu, pela quarta vez consecutiva, as eleições alemãs e poderá vir a estar no poder tanto tempo como o seu mentor Helmut Kohl. Mas conseguiu esta vitória com o pior resultado da CDU/CSU desde 1949.

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E os sociais-democratas tiveram o pior resultado desde a II Guerra Mundial. E, em terceiro, chegou a extrema-direita do AfD, com cerca de 13% dos votos. Os liberais democratas (FDP) regressaram ao Bundestag e, tal como os Verdes, poderão ser a solução para a nova coligação de Merkel (a célebre "Jamaica"?). No Politico, Matthew Karnitschnig prevê que Merkel virará à direita nas questões da emigração e da "identidade alemã". Compreende-se: o candidato da AfD, Alexander Gauland, prometeu "caçar" Merkel. Como escreve Ryan Heath no Politico, Merkel ganhou sem sorrir. Heath acrescenta: "Em Bruxelas, Merkel, a rainha reinante da Europa, vai ter de lutar pela deferência que gozava desde 2009. Com o Presidente francês Emmanuel Macron nos seus calcanhares, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán nas suas costas (e não da melhor maneira) e a Comissão Europeia a tentar recuperar a liderança intelectual na Europa, será a Merkel mais frágil da última década nas reuniões da UE".

No El Mundo, Felipe Sahagún analisa: "Com o desastroso resultado do SPD confirma-se a 'pasokização' da social-democracia europeia, que em 2000 governava em 10 dos 15 membros da então UE e em 2018, tendo em conta as previsões das eleições de Outubro na Áustria e na República Checa, e as de 2018 em Itália, só estará em cinco ou seis governos dos 28 membros actuais e todos eles periféricos. Padece de um mal que supera as circunstâncias locais". Já no Daily Telegraph, Ambrose Evans-Pritchard é corrosivo: "A rainha Angela comanda uma economia alemã inadequada para o século XXI. (…) O superciclo alemão teve o seu auge há dois anos. A indesejável tarefa de Angela Merkel para o seu quarto mandato será gerir o declínio nacional, seja qual for a face da próxima coligação."


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