Opinião
O orçamento de guerra de Donald Trump
O muito incompleto orçamento federal apresentado por Donald Trump é fiel à retórica da campanha. Está lá o corte brutal (30%) na Agência de Protecção Ambiental, instrumental no esforço de combate ao aquecimento global, e nos apoios à pobreza, incluindo a saúde (Obamacare).
Por outro lado há um aumento significativo do dinheiro da Defesa, para "tornar a América de novo grandiosa". E cortes profundos na diplomacia e ajuda externa, onde se incluem as Nações Unidas, porque este é o tempo da "América primeiro".
Edward Luce escreve no Financial Times que "se houvesse a mais pequena hipótese de o 'orçamento descarnado' de Donald Trump ver a luz do dia, Washington mudaria de forma dramática. A diplomacia americana estaria perante uma evisceração". Felizmente, "quase nada disto, à excepção de algum aumento para a Defesa, deverá passar no Congresso".
"Se não tivermos diplomatas competentes para ajudar a prevenir ou mitigar conflitos, isso aumentará o fardo que recai sobre os nossos militares, que já sofreram imensamente com as insensatas guerras do Iraque e Afeganistão", antecipa William D. Hartung no NYT. O secretário de Estado, Rex Tillerson, viajou sexta-feira até à Coreia do Sul para dizer que a "paciência estratégica" para como a Coreia do Norte acabou e que a acção militar é "uma opção". Aí está a nova ordem.
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