Num país dividido como nunca disse: "Somos só um povo, com um só destino. Todos sangramos o mesmo sangue e saudamos a mesma bandeira." A bancada republicana aplaudiu de pé. No Washington Post, Dan Balz escreve: "O Presidente Trump que falou no Congresso na terça-feira à noite tem apenas algumas parecenças com o Presidente Trump que falou no Capitólio no dia da posse. Algumas palavras são as mesmas, mas o tom foi bem diferente. Aqui jaz a contradição e o desafio da sua presidência. Trump continua a ser o mestre da acção constante, de diversões estratégicas e de digressões politicamente gravosas."

No New York Times, Frank Bruni observa: "Apenas um dia antes, num encontro com governadores, ele disse que quando era jovem a América era a orgulhosa vencedora de todas as suas guerras. Verdade? A II Guerra Mundial aconteceu antes de ele ter nascido e a guerra da Coreia, que acabou quando ele tinha 7 anos, não foi propriamente uma vitória americana." Lembra também a derrota no Vietname. E depois acrescenta: "Porque é que precisamos de despejar dezenas de biliões de dólares nos militares, especialmente quando já gastámos mais neles do que os sete países mais gastadores em conjunto?" Muito interessante é o texto do guru conservador William Kristol, no Weekly Standard: "Senadores e representantes: este é o vosso momento. Não se intimidem com o Dono de Mar-a-Lago. Foram eleitos nalguns casos por uma mais larga maioria pelo povo americano. (…) Se os próximos quatro anos forem de Trump sozinho, quase de certeza serão anos de falhanço." Por isso pede que sejam anos de Paul Ryan, de John McCain, de Kevin Brady e de Lamar Alexander. O poder legislativo, portanto.