Opinião
O Brasil novamente à beira do abismo político
Depois de tudo o que se passou com Dilma Rousseff, é agora Michel Temer que está à beira do abismo.
Na quarta-feira Joesley Batista e o seu irmão Wesley, donos da JBS, a maior produtora de proteína animal do mundo, foram ao Supremo Tribunal e confirmaram: tudo o que tinham contado à Procuradoria-Geral da República. Nas gravações que tinham, o Presidente Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F ("holding" que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Temer também escutou o empresário a dizer que estava a dar a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?" A lista de quem recebeu e foi gravado é maior: Aécio Neves (do PSDB) ou Guido Mantega (do PT). No Globo, Alan Gripp escreve: "É arriscado prever o destino de Temer, mas é facto que num contexto de baixíssima popularidade ele precisará mais do que nunca de sua conhecida habilidade política para se equilibrar no poder. Mas o seu futuro provavelmente dependerá das ruas, sempre elas. Sobre Aécio Neves é possível afirmar que as gravações de Joesley Batista sepultam de vez seus planos. Aécio já estava enlameado, mas tinha a seu favor o controlo do PSDB e dava sinais de que venderia caro a desistência da candidatura presidencial. Agora não mais."
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