Nem um segundo depois, nem um segundo antes. E, depois, o que acontecerá? O antigo-primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, está céptico: "No próximo Verão, as pessoas perceberão que as quatro linhas vermelhas que o Governo traçou para o Brexit não vão ser alcançadas. Não vamos ter o controlo das nossas fronteiras, não vamos ter o controlo do nosso dinheiro, vamos pagar montes de dinheiro à UE, não vamos ter o controlo dos nossos tribunais porque ainda vamos ser governados em muitas coisas pelo Tribunal Europeu de Justiça, não vamos ter controlo do comércio porque não vamos ter acordos individuais nos próximos anos."
Enquanto isso, o Governo de May treme. São as demissões como as de Priti Patel, acusada de ter enganado May, o Foreign Office e os media sobre os seus encontros secretos com políticos israelitas, incluindo Benjamin Netanyahu. Patel vê-se como a sucessora de Margaret Thatcher. Por isso, Andrew Price, no Independent, escreve: "Demitindo-se tecnicamente antes de ser demitida, Priti Patel espera regressar um dia." No Daily Telegraph, Fraser Nelson analisa o futuro de May: "A primeira-ministra já não oferece a estabilidade que prometera - rapidamente o partido estará farto." E Stephen Bush, no New Statesman, acrescenta: "Será Novembro o fim de May (Maio)? Bem, uma das coisas que todos esqueceram é que a PM tem um grande trunfo: o seu nome é Jeremy Corbyn. O medo de um governo liderado por Corbyn entre os deputados tories ainda é suficientemente grande, e há um sentimento espalhado de que umas eleições antecipadas significam uma vitória do Labour e isso significa que ninguém nos tories vai atirar a casa abaixo." Por enquanto, a economia aguenta. E isso é um trunfo de May e dos apoiantes do Brexit.