Mas, nos EUA, a confusão começa a criar muita pressão sobre Wall Street e sobre o valor do dólar. Não admira que, no Washington Post, Eugene Robinson escreva: "Entretanto Trump continua como Presidente. Ele tem acesso aos segredos mais bem guardados da nação, mas ninguém pode confiar nele para os guardar. Gere a Casa Branca como um negócio de família, valorizando a lealdade à experiência ou competência. (...) Sente-se debaixo de ataque. Quatro meses depois de ter sido empossado brinca com os visitantes da Casa Branca sobre a forma como ganhou as eleições. E não há outro até 2020." Com a bolsa a retrair-se, depois da euforia criada pela chegada de Trump à Casa Branca, há quem veja muitos sinais de alarme para a economia americana. Como escreve Ambrose Evans-Pritchard no Daily Telegraph: "O escândalo de Trump abalou profundamente a complacência de Wall Street." Veremos o que acontece nos próximos tempos.

É neste preciso momento que morreu Roger Ailes, o homem que criou a Fox News, o mais importante meio de comunicação das últimas duas décadas nos EUA, e que semeou o caminho por onde veio Trump. No Washington Post, Jim Ruthenberg refere: "Antes de Donald Trump ter pedalado a raiva dos esquecidos brancos americanos, antes de a Breitbart News se ter tornado uma plataforma para a direita alternativa, e antes de terem existido factos alternativos, Roger Ailes viu um país dividido, mas uma comunicação social unida. E ele lutou para mudar isso. Apoiado por Rupert Murdoch, Ailes construiu um canal, a Fox News, que falaria pelos americanos que ele disse serem ignorados e desrespeitados. Eram as pessoas que iam ao Friendly's para beber 'milkshakes', tinham a bandeira americana nas antenas dos seus carros e não viam a razão para se tentar 'entender' os inimigos da América."