Opinião
Tem de ser a Esquerda
Nos últimos 5 anos generalizou-se a ideia de que o país só muda com um acordo de regime em áreas como Saúde, Justiça, Educação e Finanças. Mas houve quem defendesse sempre (v.g. Saldanha Sanches) que muitas reformas podem ser feitas sem esse acordo.
Os acordos de regime permitem saltos rápidos nos níveis de desenvolvimento. Mas os últimos meses confirmaram que muita coisa pode ser feita com as leis existentes. A notícia de que a Comissão que estuda a reforma da Administração Pública sugeriu ao primeiro-ministro a extinção de 120 organismos públicos (de um total de 414), a redução de chefias intermédias e a avaliação de 75 mil funcionários, confirma essa ideia.
É certo que estes estudos não são uma novidade. Pina Moura, num documento que ajudou Guterres a «desistir» do Governo, disse coisas parecidas. A questão é saber se o Governo tem coragem para avançar com aquelas medidas. É bom que o faça: extinguir organismos públicos e libertar funcionários é uma tarefa que, por razões de «autoridade social», só pode ser começada pela Esquerda. Até porque foi ela quem mais engordou o Estado.
P.S. – O CDS-PP, como se viu este fim-de-semana, está bem encaminhado para atingir a irrelevância política...