Opinião
O pioneiro do PS
Rui Pereira é um homem secreto. Vive no mundo das sombras e governa como um o Smiley de John Le Carré. Não se sabe de onde vem nem para onde vai. Sabe-se que é fiel. É pouco. Rui Pereira não ascendeu no PS porque fez parte das célebres “jotas”, que criam
Rui Pereira faz parte de um outro tipo de político: é um pioneiro. Um daqueles novos homens que um dia Lenine sonhou criar a partir dos escuteiros que desertaram para a revolução. Destacou-se em tudo. Foi director do SIS. Foi responsável por uma daquelas célebres “unidades de missão” que a nebulosa socrática é generosa a criar: a que estudou o novo Código de Processo Penal. É um estagiário de ministro da Educação. De outra forma o que o teria levado a defender a importância dos “valores da cidadania” no lugar da ministro? E a fazer de ideólogo de uma nova geração de pioneiros, ao dizer que é “indispensável para o Estado de Direito lançar as suas sementes no processo de socialização precoce das crianças e internacionalização de normas. É disso que depende afinal a mudança de mentalidades”? Lenine não teria definido melhor a tese de um “novo homem” do que o fiel pioneiro do PS. Rui Pereira foi quase Procurador-Geral da república e quase conselheiro de Estado. Foi sempre quase. Agora poderemos perguntar: Rui Pereira é um quase-ministro? Afinal o MAI fica a 100 metros dos Paços do Concelho, onde o antigo ministro, António Costa, despacha.
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