Opinião
O calor que vem do frio
Bjork, a mais emblemática das cantoras da Islândia, disse há uns meses que, como a maioria dos islandeses, teve um curso de choque frontal com a economia.
Bjork, a mais emblemática das cantoras da Islândia, disse há uns meses que, como a maioria dos islandeses, teve um curso de choque frontal com a economia.
A Islândia sobreviveu muito dorida ao desmoronar da bolha financeira e, quatro anos depois, foi retirada do caixote do lixo pelas agências de notação. Para isso teve de deixar falir os bancos e de limpar uma classe política e empresarial que tinha feito do país um local um Pólo Norte existencial.
Hoje a Islândia pode dizer que é um sopro de calor que vem do frio. E que mostra uma alternativa à política cega, surda e muda da troika que está a fazer do sul da Europa um laboratório onde o neutrão da austeridade choca com o protão do crescimento.
O camião de dinheiro que vai ser despejado, mais uma vez, na Grécia é mais uma ilusão de óptica. Há uma diferença fundamental entre o sul e o norte da Europa que não poderá ser resolvida por uma moeda comum.
O euro é um bezerro de ouro para alguns, mas começa a ser um pesadelo de chumbo para quem nunca conseguirá, a sul, um equilíbrio com o norte da Europa. De empréstimo em empréstimo e de recessão em recessão nunca haverá um crescimento capaz de pagar as dívidas acumuladas.
Sem competitividade fora de uma moeda comum começa a ser uma utopia para os países mais fracos saírem deste colete-de-forças tecido entre Bruxelas e Washington. Se a Islândia continuasse a fazer parte da UE seria hoje um gelado sem cor. Seria um local de dor. O drama da Grécia, pelo contrário, não é uma canção de Demis Roussos.
É uma recessão sem fim com dívidas que nunca se poderão pagar. Os políticos portugueses deveriam pensar nisso.
A Islândia sobreviveu muito dorida ao desmoronar da bolha financeira e, quatro anos depois, foi retirada do caixote do lixo pelas agências de notação. Para isso teve de deixar falir os bancos e de limpar uma classe política e empresarial que tinha feito do país um local um Pólo Norte existencial.
O camião de dinheiro que vai ser despejado, mais uma vez, na Grécia é mais uma ilusão de óptica. Há uma diferença fundamental entre o sul e o norte da Europa que não poderá ser resolvida por uma moeda comum.
O euro é um bezerro de ouro para alguns, mas começa a ser um pesadelo de chumbo para quem nunca conseguirá, a sul, um equilíbrio com o norte da Europa. De empréstimo em empréstimo e de recessão em recessão nunca haverá um crescimento capaz de pagar as dívidas acumuladas.
Sem competitividade fora de uma moeda comum começa a ser uma utopia para os países mais fracos saírem deste colete-de-forças tecido entre Bruxelas e Washington. Se a Islândia continuasse a fazer parte da UE seria hoje um gelado sem cor. Seria um local de dor. O drama da Grécia, pelo contrário, não é uma canção de Demis Roussos.
É uma recessão sem fim com dívidas que nunca se poderão pagar. Os políticos portugueses deveriam pensar nisso.
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