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Low profits, low service

Houve várias ondas de protesto quando a companhia aérea espanhola, Iberia, resolveu passar a cobrar as refeições a bordo. Porquê a crítica?

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Haverá outro meio de transporte que ofereça as refeições se o passageiro pagar apenas o preço do bilhete? Pois não. Nas viagens de longo curso ainda se poderá justificar mais como forma de manter entretido o cliente, mas nos de curto e médio alcance é mesmo um custo não justificado para as operadoras. Além das «low cost», que começaram a cobrar as refeições ou os «snacks», não deveriam as companhias aéreas tradicionais também pensar nisso? Será assim tão arriscado experimentar, num momento em que os prejuízos voltaram em força?

Ou será que alguém opta por ir de avião, por exemplo, à Alemanha em determinada companhia só porque essa tem o serviço gratuito de refeições a bordo? Duvido. Especialmente, quando esse custo poderia ser utilizado em outras necessidades que, a meu ver, são bem mais essenciais, como por exemplo aumentarem o espaço entre as cadeiras. Isso também é um custo, já que as transportadores têm tendência a colocar mais lugares por avião, para rentabilizar mais a viagem. Digo isto, sem, no entanto, saber a comparação entre um custo e outro, acreditando que o segundo é substancialmente maior.

Mas ponho-me a tentar fazer contas de cabeça: quanto é que, por exemplo, a TAP pouparia se deixasse de dar à refeição o pão com manteiga, tão do agrado dos portugueses como aperitivo, mas muito pouco usual em outros países europeus. Quanto é que a TAP pouparia se deixasse de dar o «snack» nos voos de curto e médio alcance? Imagino que um dia que a TAP tome tamanha atitude, convocar-se-á parlamento, sindicatos, surgirão, com toda a certeza, comissão de utentes.

Para mim, no entanto, o essencial é que a TAP continue a ser uma companhia de confiança. Isso não vai lá com refeições.

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