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Houvesse mais como ele

Quando o conheci, ainda estagiário de jornalismo, percebi logo que estava perante um grande gestor. Almerindo era, na altura, presidente do Banco Fonsecas & Burnay (mais tarde engolido pelo BPI). E apesar de estar a falar com um estagiário explicou, sem “

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E frisou: “Por muito boa que seja a gestão, se estivéssemos em recessão nada disto seria possível”. A sua humildade surpreendeu-me. Não era ele a pessoa que todos me tinham rotulado de arrogante?

Nas duas décadas seguintes, Almerindo mostrou porque a recuperação do Fonsecas não foi fruto do acaso. Apesar do feitio difícil (que António Vitorino chama de “anguloso”), era bom no que fazia. Como se viu na RTP, onde, apesar dos atritos, fez excelente trabalho. Agora está de malas aviadas para uma empresa que precisa de um gestor que corte que direito (a reforma, de que me falou há meses, vai ficar adiada). A sua escolha é um achado para Sócrates: cala a direita num dossier (Estradas de Portugal) onde o Governo acumula erros; e resolve um problema à EP. Independentemente do jeito que a nomeação dá ao primeiro-ministro, uma coisa é certa: daqui a quatro anos não vai haver humilhações, como a que resultou do relatório do Tribunal de Contas. É pena o país não ter mais gente como ele.

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