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Há vida para além dos certificados

Afirmar que os portugueses, em geral, não apreciam correr riscos é mais do que um lugar-comum. Detecta-se nas ocasiões mais insuspeitas e atinge picos de intensidade quando se verifica que muitos defensores de uma sociedade liberal são os primeiros a proc

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Em matéria de investimento, o receio de arriscar fica evidente no sucesso dos certificados de aforro. Trata-se do produto financeiro favorito em território nacional, a que não é alheia a combinação de uma remuneração historicamente atraente com o baixo risco proporcionado por ser um dos instrumentos de financiamento dos cofres públicos. Tem seduzido milhares de aforradores, que confiam ser o Estado uma “pessoa de bem”, que tratará de pagar aquilo que promete e dar acolhimento às expectativas de quem lhe confia o seu dinheiro.

A realidade, por vezes, prega partidas. Como aquela que sucedeu, recentemente, quando o Governo decidiu rever a remuneração dos certificados de aforro da segunda série e lançar uma terceira, com novas regras e uma rendibilidade mais desfavorável. Os tempos são de poupança e o Governo decidiu cortar nos encargos originados pela taxa de juro dos certificados de aforro. Os investidores têm razões para ficar desiludidos, embora os contribuintes devam louvar a preocupação das autoridades com a boa gestão dos recursos públicos.

Nada disto é o fim do Mundo, caso as mudanças operadas sejam aproveitadas para olhar para o lado e avaliar que alternativas poderão existir para aplicar o dinheiro. Está em causa um investimento a longo prazo o que, para quem não esteja disposto a manter uma perspectiva ultra-conservadora no que respeita ao modo como gere o seu dinheiro, permite perceber que há vida para além dos certificados.

Nesta edição, decidimos fazer umas contas. Com a ressalva de que rendibilidades passadas não garantem rendibilidades futuras, é possível encontrar, na vasta oferta de fundos de investimento, soluções comparativamente mais rentáveis. Com um pouco mais de risco, mas diluído no longo prazo. E com uma diferença de milhares de euros, para mais, na hora de resgatar e desfrutar o bolo acumulado.

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