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Gato no sofá (24_04_2008)

O dilema do PSD é muito diferente do de Hamlet. Isto é, entre ser ou não ser social-democrata, a questão é como sê-lo sem parecê-lo. O PSD nasceu e cresceu como social-democrata para se diferenciar do socialismo democrático do PS. ...

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O dilema do PSD

O dilema do PSD é muito diferente do de Hamlet. Isto é, entre ser ou não ser social-democrata, a questão é como sê-lo sem parecê-lo. O PSD nasceu e cresceu como social-democrata para se diferenciar do socialismo democrático do PS. Ambos, com um sorriso nos lábios, já enterraram há muito essas divagações ideológicas e tornaram-se reféns do centro sociológico que oscila para um lado ou para o outro consoante cada partido, quando está no Governo, gere melhor ou pior a economia e o dinheiro que cada português tem, por mês, para gastar. É por isso que a tese de José Miguel Júdice é absurda, quando quer desviar o PSD para a direita. Ou seja, o PS jamais sairia do Governo. Há muito, quer no PSD, quer no PS, a ideologia foi atirada para o vidrão e substituída pelo mais ecológico ideal do pragmatismo. Afinal, ninguém é de ferro, e os interesses são muito mais importantes do que as cartilhas de António Sérgio (que, ele próprio, não sabia muito bem o que era ideologicamente, como se viu durante a I República antes de aterrar no cooperativismo) ou de Marx. O problema do PS e do PSD é que o país não nada em prosperidade. E, assim, o PSD tem de se assumir como oposição à gestão do PS. Luís Filipe Menezes retirou-se de cena, mas continua à espera que aqueles que considera os seus Brutus saltem para o palco. Mas, na política, os melhores conspiradores ficam sempre na sombra. Quem aparece geralmente é quem quer assegurar um futuro (como ministro, talvez) num futuro Governo. Restam, no meio deste baile de máscaras em que se tornou o PSD, alguns nomes que podem ser efectivas alternativas a Sócrates. Alguns, como Manuela Ferreira Leite, já surgiram. É bom. O PSD ainda é um baile de máscaras, mas o país, da mesma forma que precisa de um Orçamento equilibrado, necessita de uma oposição. Equilibrada, é claro.

A crise do futebol

No futebol não há nenhum Harry Potter. Nem o sr. Sérgio Silva que prometia salvar o Boavista, nem o sr. Luís Filipe Vieira que, apesar de quase uma centena de milhões de euros em reforços desde que está à frente do futebol do Benfica, continua a dançar à beira do precipício, nem o sr. Filipe Soares Franco consegue transformar o Sporting num clube gerido como uma empresa. No futebol indígena salvadores há muitos, mas só o sr. Pinto da Costa parece saber o segredo dos melhores mágicos. Mas a maior magia que me parece condicionar o futebol nacional nem sequer é a aparição de um pretenso investidor para salvar um clube do coração do Porto, que há muito vira chegar a crise económica, com o fim da maioria das empresas que alimentavam o Boavista. Até porque se põe a dúvida: como é que um homem destes surge e todos acreditam que ele é uma espécie de rei Midas? Algo está mal explicado. Há outro mistério. Eu supunha que os clubes que disputam a Liga Profissional tinham de ter garantias bancárias, exigidas para depois poderem participar, se apuradas, nas competições da UEFA. Há uns anos era assim. Será que mudaram as leis? Assim sendo, e porque não se trata de uma liga amadora, porque é que um terço das equipas tem salários em atraso? E porque é que a Liga e a FPF, sempre tão expansivas a querer organizar mundiais de futebol, estão caladas sobre o assunto? Parece que há dias em que o futebol profissional em Portugal é uma brincadeira de amadores.

Mel com Mafyl

Não o nego. Sou fascinado por mel.
Por isso não resisti ao encanto, ao aroma e ao sabor do mel de rosmaninho com gengibre que a Mafyl colocou no mercado. Mas isso levou-me em busca do mel com rosas. E, como a capacidade de atracção do “design” destes produtos que vêm do Alentejo conquista todos os olhares, fui em busca do azeite e das azeitonas em azeite. Podem procurar tudo em www.mafyl.com.
E depois experimentem.

Sons da China profunda

É chinesa e chama-se Sa Dingding. O seu álbum, “Alive”, é um fascinante encontro de sonoridades ocidentais e orientais. Algo que se compreende de quem viveu parte da infância nas estepes da Mongólia. Não se pense que se encontra apenas mandarim na voz, entre Bjork e Kate Bush, que escutamos neste disco maravilhoso. Não, escuta-se também tibetano ou sânscrito, e muitos dos textos cantados têm mais de 2000 anos. Há aqui uma simplicidade estonteante. Um disco para ouvir vezes sem conta.

Selos com cultura

Os CTT lançaram uma nova colecção de selos que merecem ser destacados. Seis figuras da nossa cultura, António Vieira, Vieira da Silva, José Relvas, Manoel de Oliveira, Mira Fernandes e Ricardo Jorge, fazem parte de uma emissão com base em ilustrações de André Carrilho e com design do atelier de Acácio Santos. São verdadeiras obras de arte. Em pequenino.

 

 

 

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