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Discreto mas nem sempre unânime

O presidente da CGD deixa claro que, à semelhança do BPI, poderá pensar também em alienar o BCP.

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O mandato de António de Sousa à frente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi discreto, mas nem sempre unânime.

Foi também marcado por alguns passos importantes para o banco público, embora pareça não se querer reconhecer a António de Sousa obra feita.

Acaba este mandato com a derrota do Atlántico, mas com a convicção inabalável de que Espanha era um passo importante para a CGD. Seria assim tão importante ao ponto de se pagar 1,5 mil milhões de euros por um banco como o Atlántico?

O Sabadell, onde é accionista o BCP– que foi um dos principais críticos da investida da CGD no Atlántico -, achou que sim e o BCP, ao votar favoravelmente o aumento de capital do Sabadell para a compra do Atlántico, também o achou.

Afinal, o que parece ser bom para o Sabadell não era bom para a CGD. Percebe-se facilmente que o Sabadell conseguirá maiores sinergias do que a CGD... mas a Caixa poderia surpreender.

António de Sousa, na primeira pessoa ao jornal “Expresso”, mantém a opinião que tanto o BCP temia: “não é normal nem eficiente ter participações estratégicas em bancos que operam no mercado nacional, como acontece com o BCP e aconteceu com o BPI.

Só mesmo por razões históricas. Já em bancos fora de Portugal faz sentido participar”. O ainda presidente da CGD deixa bem claro que, à semelhança do que tem vindo a fazer em relação ao BPI, poderá pensar também em alienar a posição do BCP.

E tanto que o BCP temeu isto em relação à necessidade de financiamento da Caixa se adquirisse o Atlántico. António de Sousa vem, afinal, dizer que não precisa de comprar um banco para proceder à venda da participação.

Será que Jardim Gonçalves vai, novamente, pedir uma audiência a Durão Barroso ou vai esperar calmamente pela decisão do Governo em relação à presidência da banca? O BCP e talvez a entidade com mais interesse nessa presidência... além dos próprios presidenciáveis.

Seria bom também que o Governo de Durão Barroso mantivesse a alternância que tem sido conseguida. Um Governo social-democrata um presidente socialista e vice versa.

Ou seja, António de Sousa, que tem sido quase “empurrado” para fora da Caixa, pode muito bem ser o escolhido.

Um golpe que Ferreira Leite não se importaria de dar, apesar de algumas vozes desfavoráveis dentro do próprio Executivo. Na entrevista ao “Expresso”, António de Sousa assume um tom de despedida, o balanço, que ficou por fazer, a frustração, etc, etc o maior sucesso... já saberá António de Sousa o seu destino?

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