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08 de Outubro de 2012 às 23:30

A revolução de Outubro

A classe média é o grande inimigo de Passos Coelho, Vítor Gaspar e António Borges. Para eles o mundo deve dividir-se apenas entre ricos e pobres.

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Quando Lenine chegou ao poder licenciou-se em engenharia social. Queria recriar a sociedade russa com um estalar de dedos. Não queria reformar as instituições: desejava arrasá-las. Para Lenine era preciso destruir a sociedade existente para construir a que tinha na cabeça. O comunismo de guerra fez da miséria o novo nivelamento social. Pedro Passos Coelho e os iluminados que o acompanham estão a promover o regresso do comunismo de guerra em nome da salvação. A revolução de Outubro está em marcha em Portugal e faz-se aniquilando a classe média e a economia que vai sobrevivendo ao ácido sulfúrico da austeridade. Passos Coelho e os seus comissários do povo usam os impostos como kalashnikovs.

A classe média é o grande inimigo de Passos Coelho, Vítor Gaspar e António Borges. Para eles o mundo deve dividir-se apenas entre ricos e pobres. Lenine achava que o comunismo também só deveria ter uma elite e o proletariado. Não há diferenças ideológicas fundamentais. Mas a estratégia de Passos Coelho ainda é mais sinistra. Para ele todos os portugueses devem ser pobres embora lhes façam querer que são ricos. Por isso o IRS e o IMI vão fuzilar todos os que ganham pouco mais do que o salário mínimo.

Karl Popper dizia que era irracional destruir a ordem social existente para a substituir por um ideal. Tudo é feito em nome de um défice que derrapou e da vontade de voltar aos mercados em Setembro de 2013. Como se essa fosse a missão única deste Governo. Na política de Passos Coelho não há futuro. Nem há esperança. Nem há economia. Há apenas um ideal: cumprir uma promessa à troika. Para isso vale tudo. Até tornar Portugal uma enorme sopas dos pobres.

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