Opinião
ISEG e Universidade de Lisboa no top do Ranking SCImago
O SCImago Institutions Rankings (SIR) 2025, um dos rankings mais reconhecidos globalmente, foi publicado recentemente. Este ranking avalia mais de 5.000 universidades com base em 20 indicadores agrupados em três áreas principais: investigação (50%), inovação (30%) e impacto social (20%).
Os rankings académicos são um tema de debate recorrente. Rankings e qualidade tendem a estar normalmente alinhados, embora este alinhamento esteja longe de ser perfeito. Um dos aspetos mais críticos centra-se no prejuízo que as universidades podem incorrer quando, ao se esforçarem para subir nos rankings, se focam em indicadores específicos que são facilmente quantificáveis, embora negligenciando aspetos mais amplos e qualitativos da educação e da investigação. “Trabalhar para um ranking” pode ser comparado com o “estudar para um exame”: em ambos os casos, o problema central é que o verdadeiro desígnio — seja criar e transmitir conhecimento que pode mudar o mundo, ou aprender para se tornar um profissional melhor e criar valor — passa a ser ofuscado pela busca de um objetivo imediato e não sustentado nem holístico. Como diz a Lei de Goodhart, “quando uma medida se torna um alvo deixa de ser uma boa medida”.
No entanto, os rankings continuam a ser uma ferramenta crucial para as universidades avaliarem o seu desempenho e criarem uma reputação que lhes permita atrair recursos, professores, investigadores e alunos. A natureza competitiva do mundo académico assim o exige.
O SCImago Institutions Rankings (SIR) 2025, um dos rankings mais reconhecidos globalmente, foi publicado recentemente. Este ranking avalia mais de 5.000 universidades com base em 20 indicadores agrupados em três áreas principais: investigação (50%), inovação (30%) e impacto social (20%).
Nesta última edição, a Universidade de Lisboa alcançou a sua melhor posição de sempre, classificando-se em 138.º lugar ao nível mundial. Destaca-se como a universidade portuguesa mais bem classificada, seguida de perto pela Universidade do Porto, enquanto outras universidades portuguesas ficam significativamente atrás. Esta liderança nacional confirma os resultados obtidos nos últimos anos num outro ranking, conhecido informalmente por Ranking de Xangai.
O ranking SCImago também avalia áreas científicas, e a Universidade de Lisboa afirma-se em várias disciplinas, surgindo em muitas delas entre as 100 primeiras universidades do mundo. Ocupa a 10.ª posição em História, a 12.ª posição em Engenharia Oceânica, a 22.ª em Geografia, Planeamento e Desenvolvimento e a 26.ª em Arquitetura.
Nas principais áreas de interesse ao ISEG, a Universidade de Lisboa ocupa a 85.ª posição em Economia (Economics, Econometrics and Finance), superando as outras universidades portuguesas, que estão abaixo das 200 primeiras. Em Gestão (Business, Management and Accounting), a Universidade de Lisboa está classificada em 94.º lugar, com os seus concorrentes portugueses mais próximos posicionados abaixo dos 160 primeiros.
Em suma, apesar de não nos deixarmos ofuscar pelo sucesso que o ranking SCImago permite aportar ao desempenho da Universidade de Lisboa e em particular do ISEG, não deixamos de nos congratular pelo excelente resultado. Afinal, ele não mostra mais do que o produto de uma política de incentivo e orientação para a investigação científica há muito encetada. Sem uma política orientada para a investigação perde-se o sentido da participação da Universidade na sociedade e em especial como promotor do seu desenvolvimento. Este exercício só se completa quando se executa posteriormente uma transmissão de conhecimentos de qualidade, quer através da função ensino, quer da participação dos seus docentes e investigadores na vida coletiva. Porque não se pode ensinar o que não se sabe e a investigação é, na Universidade de Lisboa, a fonte do conhecimento.