Talvez por isso, quando se fala do BCP, as opiniões são tão extremadas. No caldeiraodebolsa.com, o maior fórum de Bolsa nacional, o debate é feito como se de um Benfica-Sporting se tratasse, tal o radicalismo com que os defensores das duas causas se entregam ao debate.

Os ursos argumentam que os lucros diminuíram em relação ao ano passado, enquanto os touros se defendem dizendo que, se excluirmos os resultados extraordinários relacionados com a dívida pública, os números apresentados são melhores.

Os touros defendem que a demonstração de interesse do BCP na aquisição do Novo Banco é um sinal de vitalidade do banco, enquanto os ursos argumentam com os enormes riscos que essa operação acarretaria numa organização que continua a lutar para pagar os Coco`s ao Estado e recordam que essa aquisição está proibida legalmente enquanto esses Coco`s não forem pagos.

Os ursos apoiam-se nas declarações de João Salgueiro que defendeu, na passada semana, que há mais 3 Bancos que podem ter que vir a ser resgatados pelo Estado, para considerarem que o BCP pode ser um deles. Os touros contra-argumentam, dizendo que não faz sentido falar-se nesta hipótese numa altura em que o Banco tem lucros e está a gerar dinheiro para pagar ao Estado.

Não entro nesta guerra de argumentos. Os gráficos são a minha arma e é neles que estes argumentos se encontram reflectidos. E a dura e cruel realidade ali espelhada é que o BCP continua sem dar qualquer sinal de força. E é por isso que mantenho o meu pessimismo em relação à acção. O gráfico que vos mostro é bem claro - aquilo que me fará mudar de opinião seria a quebra da linha de tendência descendente e a ruptura da resistência horizontal na zona dos 0,046 euros.

A acção não está longe destes níveis que me farão transformar de urso em touro mas, como sempre, o último passo é o que mais custa e já várias vezes, no último ano, esteve perto de quebrar resistências importantes e não o conseguiu fazer.

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