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Emprego sobe e desce?

As empresas que lidam com o recrutamento de trabalhadores, em termos de apoio e consultoria, têm estado com um volume de negócios que não se esperava, havendo realmente muita contratação de novos quadros, seja para substituir posições anteriores, seja para novas funções. São boas notícias.

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Estranhos tempos estes que vivemos, por várias razões. Gostaria de abordar uma delas.

Há uns meses, eu estava pessimista em relação ao futuro da economia portuguesa e, consequentemente, ao seu nível de emprego. Acreditava que iria haver um crescimento significativo de desemprego, tendo em conta que os muitos setores de atividade que estão a sofrer mais com esta crise (transportes aéreos, hotelaria, restauração, cultura, ginásios, entre outros) empregam muitas pessoas e, logo, o desemprego cresceria significativamente. Ademais, estes desempregados iriam ter uma perda de rendimento, diminuindo o seu consumo, o que iria prejudicar outros setores que inicialmente até se esperava iriam ficar imunes a esta crise, e mesmo os setores que beneficiaram com a mesma.

Na realidade, ainda não sabemos o que irá acontecer, pois o impedimento de despedir durante um certo período após o lay-off e as ajudas que têm sido dadas (moratórias, apoios diretos, etc.) iriam atrasar esse efeito dos despedimentos que estão para vir.

A minha surpresa relativa é que muito mais empresas do que eu esperava estão a contratar e, nalguns casos, muito mais colaboradores do que eu imaginava há uns meses.

As empresas que lidam com o recrutamento de trabalhadores, em termos de apoio e consultoria, têm estado com um volume de negócios que não se esperava, havendo realmente muita contratação de novos quadros, seja para substituir posições anteriores, seja para novas funções. São boas notícias.

No cômputo geral, o desemprego irá aumentar, mas a composição do emprego, a nível das funções desempenhadas, dos setores de atividade que mais empregam, do tipo de trabalho, deverá mudar. Esperemos que mude para melhor, permitindo ao país minimizar um dos seus “calcanhares de Aquiles”, que é a captação e aproveitamento de talento (que muitas empresas desperdiçam ou gerem mal) e o resultante aumento de produtividade. Se isso acontecer, a economia rapidamente voltará a crescer de forma sólida, permitindo gerar emprego para muitos dos que agora o perderam ou irão perder, e que terão de ser apoiados entretanto.

 

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