1. Enrico Letta é a nova esperança para evitar a desagregação europeia

A crónica falta de lideranças com uma visão de conjunto da União Europeia fez o seu caminho. O arrastamento da crise estrutural do euro e o seu impacto negativo na economia da UE acelerou a degradação da ideia europeia. Uma sondagem na Suécia revela que apenas 9% da população apoia a moeda única. É certo que os suecos são tradicionais críticos do federalismo ou outra solução que implique perda de soberania.

Mas os níveis de suporte nunca tinham estado tão baixos. E noutros países passam-se fenómenos do mesmo género. Se a desagregação em curso não for sustida, a moeda única será a primeira vítima.

Uma réstea de esperança assomou ontem com a visita do novo primeiro-ministro de Itália a Madrid, primeira paragem do longo périplo europeu de Enrico Letta. Há algum entendimento e vontade do triunvirato Letta - Rajoy - Hollande em implantar políticas de crescimento. Pode ser que sim, pode ser que mude.

2. FMI

O Fundo Monetário Internacional saúda os progressos «excecionais» feitos pela Grécia, ainda que a sua dívida pública permaneça alta demais. Mas critica a insolúvel evasão fiscal e a insuficiência das reformas. O relatório da última revisão do programa de resgate traça um quadro negro: já não há mais por onde cortar e ao fim do sexto ano de recessão a economia encolheu 20%. Aumenta a probabilidade de prejuízos para os credores.

3. Giulio Andreotti 

Foi primeiro-ministro de Itália por 7 vezes e ministro 21 vezes. Senador vitalício, o antigo líder da Democracia Cristã italiana morreu ontem em Roma aos 94 anos. «Conheço alguns segredos de Estado, mas levá-los-ei comigo para o Paraíso. Nunca gostei da política espetáculo», disse Giulio Andreotti numa das suas últimas entrevistas. O "inoxidável", outro dos seus cognomes apesar das nunca provadas ligações à mafia, foi uma das maiores figuras de Itália no século XX.

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