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As consequências de perder colaboradores em tempos de crise

Há momentos em que devemos ponderar se não vale mais a pena aguentar um custo.

A falta de poder de compra, o reduzido crédito bancário, as dividas, a falta de liquidez e muitos outros factores que a crise veio agravar, leva as PME a despedir colaboradores ou mesmo a retirar-lhes rendimentos e/ou privilégios.


Esta é uma consequência natural no mercado empresarial motivada pela descapitalização dos empresários Portugueses. A primeira reacção de sobrevivência, passa pela redução de custos, que em grande parte se reflecte nos trabalhadores dado que os mesmos constituem a fatia mais dispendiosa dos custos da empresa.
É normal que assim se proceda, mas a decisão não deve ser tomada de ânimo leve, pois pode produzir consequências muito negativas para a empresa e para o futuro da mesma.


Mesmo com dificuldades económicas no seio da empresa, temos de saber manter a motivação junto dos colaboradores. Essa não tem custo e faz bem a qualquer alma. Uma palavra de conforto, uma atenção especial, ou apenas 5 minutos dedicados a um colaborador menos motivado podem fazer toda a diferença.

 

 
Tome nota
1. Despedir em tempo de crise para reduzir custos ou desincentivar colaboradores pode ter um custo superior ao esperado, tanto pelo lado da receita como pelo lado do custo.

2. Se não investe no seu maior activo, os colaboradores, qual o sentido de investir noutra área?

Pense o que lhe custa perder um recurso humano que esteve consigo ao longo de vários anos, que sabe como funciona a sua empresa, como gosta que o trabalho se desempenhe, e com quem já tem confiança para delegar diversas tarefas importantes. Desanimar um colaborador com este perfil pode-lhe sair muito caro, pois implica começar do zero, e perder qualidade de serviço prestado aos clientes.


Os clientes são os primeiros a sentir que lhes foi dado em troca de um sénior, um júnior que ainda não está ao nível dos seus requisitos e exigências.


Também é um esforço acrescido para o cliente, voltar a formatar o seu colaborador naquilo que estava habituado.


Para si, exige mais investimento, mesmo que lhe pague menos ao novo colaborador. É o chamado custo indirecto que tem por base o tempo de formação necessário para chegar ao nível do colaborador anterior. Este tempo tem um valor que não só pode produzir uma redução nas receitas por falta de experiência do novo colaborador, como necessariamente um aumento no custo da formação directa (paga), ou indirecta (tempo consumido).


Há momentos em que devemos ponderar se não vale mais a pena aguentar o custo que não estamos a conseguir suportar por mais um tempo, investindo no colaborador sénior em vez de tentar reduzir custos através de colaboradores pouco experientes. Pode ser uma estratégia igual de custosa, mas a médio prazo mais rentável pois mantém a qualidade e prestigio da sua marca no mercado.


É fácil falar mal das empresas, e esta é uma boa razão que estará a dar de bandeja à sua concorrência. Deixar os seus melhores recursos fugirem por falta de incentivos ou despedir para contratar mais barato, leva a comentários no mercado negativos com referência à sua empresa.


Todos sabemos que estamos num momento difícil, mas os bons líderes destacam-se precisamente nestes momentos, por isso seja um bom líder e tome as decisões certas em beneficio dos seus colaboradores, da sua empresa, e de si próprio.

 

 

 

Envie para o "e-mail" jng@negocios.pt as suas questões, dúvidas ou experiências sobre "As consequências de perder colaboradores em tempos de crise"


*Fundador e líder executivo da Zonadvanced - Grupo First

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