Opinião
A confissão do ilusionismo
Este é o manifesto da ilusão monetária. Da manipulação do dinheiro. Da alucinação pela dívida. Da deificação do estado. Da socialização da economia. Da falsidade na ação política.
A FRASE...
"Um país aderente ao euro não pode ganhar competitividade através da política cambial, não lhe é possível beneficiar diretamente da inflação para reduzir o peso real da sua dívida, não pode recorrer à política monetária para contrariar a contração induzida pelo ajustamento e não tem Banco Central próprio que possa agir como emprestador de último recurso."
Manifesto, sobre a reestruturação da dívida pública, Público, 12 de março de 2014.
A ANÁLISE...
A desvalorização cambial penaliza as relações de troca. Empobrece o país num artifício de magia. Premeia a ineficiência. Mantém os privilégios dos mais poderosos. Ilude a competitividade. Reduz o poder de compra dos mais pobres. Alimenta as narrativas da facilidade e da demagogia.
A inflação, só transfere valor. Ganham os devedores, à custa dos credores. Ganham os patrimónios reais, à custa das poupanças em depósitos. Ganham os detentores de rendimentos variáveis à custa dos rendimentos fixos. Perde quem vive de salários e pensões. Ganha quem vive de rendas e de lucros. Mas, permite mistificar percentagens e fingir que ganham todos. E alimenta as narrativas da facilidade e da demagogia.
Tudo o resto são os instrumentos desta narrativa. Câmbios. Juros. Dívida publica no Banco Central. Tudo em nome de políticas de crescimento. Mas apenas iludindo a realidade. Perdem sempre os mesmos. Ganham sempre os mesmos. Pois, mesmo que a narrativa aponte o norte, o resultado estará sempre no sul.
Com o euro, a narrativa centralizou-se. Deixou de ter espaço no circulo local. E ninguém terá reparado, pois manteve-se a narrativa. Mas como é normal, a realidade enganou a narrativa. Por isso, há que reestruturar a realidade. Perdoar a dívida. Para manter a narrativa da facilidade e da demagogia.
Este artigo de opinião foi escrito em conformidade com o novo Acordo Ortográfico.
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
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