Opinião
Cavaco, as memórias de um narciso
Esta semana, Cavaco Silva resolveu, com estrondo, sair da sua sonsa reforma. Com o arrogante estilo de sempre, veio contar a sua versão da História recente de Portugal - centrada nele próprio, narciso como é, em mais um volume da sua biografia política.
Back to basics
Salta! Enquanto cais, descobrirás como abrir as tuas asas.
Ray Bradbury
Cavaco, as memórias de um narciso
Esta semana, Cavaco Silva resolveu, com estrondo, sair da sua sonsa reforma. Com o arrogante estilo de sempre, veio contar a sua versão da História recente de Portugal - centrada nele próprio, narciso como é, em mais um volume da sua biografia política. Não é muito usual que um ex-Presidente da República, menos de três anos depois do fim do seu mandato, se ponha a revelar factos, teoricamente reservados, ocorridos durante o desempenho do cargo, ainda para mais relativos ao Governo em exercício e ao anterior primeiro-ministro. Só por si, esta pressa de moldar a História à sua própria versão é sinal da falta de elegância e de "fair play", assim como do ressabiamento que caracterizaram a sua acção política ao longo dos anos. O lema de Cavaco, recorde-se, é "nunca me engano e raramente tenho dúvidas", o que só por si é um manifesto de arrogância. E é, além disso, uma falsificação no que toca à parte do "nunca me engano" (como, aliás, se pode comprovar pela sua acção enquanto primeiro-ministro e, depois, enquanto Presidente da República). Foi a partir do núcleo duro de Cavaco Silva que o BPN se criou, foi com ele que parte do PSD se refinou enquanto aparelho oportunista na política e nos negócios. Além disso, como hoje já se percebe bem melhor, o modelo que criou e estimulou de desenvolvimento para o país, à custa de betão e obras públicas, é polémico, serviu para enriquecer alguns, financiar a política e partidos, e os resultados não são os melhores se compararmos com outros países - nomeadamente se olharmos para a liquidação da agricultura e da pesca. A sua actuação enquanto Presidente da República tem episódios lamentáveis, que ele omite naturalmente. O facto de haver quem veja nele o eterno D. Sebastião do PSD diz muito sobre uma geração de políticos que o continuam a colocar num pedestal e que vivem num registo de adoração elucidativo da pobreza das ideias que têm.
Semanada
• Portugal mantém a terceira maior dívida pública da União Europeia (UE), em 2017 • o ministro das Finanças não revelou ainda o montante das cativações que prevê fazer no Orçamento do Estado de 2019 • o ex-eurodeputado socialista Vital Moreira afirmou que a redução das propinas proposta pelo Governo é uma medida eleiçoeira e reaccionária • o montante das compras feitas com cartões bancários portugueses no estrangeiro cresceu 24% durante o Verão em relação ao ano anterior, e atingiu 1093 milhões de euros; os trabalhadores portugueses fazem uma pausa de almoço de 58 minutos em média, a maior de toda a Europa • segundo a Marktest, nos últimos anos, triplicou o número de portugueses que utiliza serviços de mensagem instantânea através de várias aplicações • a rádio capta cerca de um terço dos seus ouvintes regulares entre as seis e as dez da manhã • está prevista a construção de 208 novos estabelecimentos hoteleiros em Lisboa, quase duplicando a capacidade existente • no último mês, morreram oito pessoas em acidentes no mesmo troço do IC8 • uma comissão parlamentar deu parecer desfavorável à nomeação do deputado socialista Carlos Pereira para vogal do conselho de administração da ERSE, para onde tinha sido indicado pelo Governo.
Dixit
"A direita portuguesa hoje não existe (...) Rui Rio é uma anomalia no sistema político."
Vasco Pulido Valente
O fascínio pelo novo
A História de Portugal no período dos Descobrimentos dos séculos XV e XVI é absolutamente extraordinária e o novo livro de Onésimo Teotónio Almeida, "O Século dos Prodígios", aborda uma área particularmente interessante desse período - a evolução da Ciência no Portugal da expansão. Trata-se de uma série de ensaios, artigos e comunicações, feitos ao longo de vários anos e em diversas circunstâncias. Editados finalmente em conjunto, permitem, segundo o autor, "uma revisitação global do papel português na abertura à modernidade científica" traçando uma história paralela à das descobertas e que mostra o fascínio pelo novo. Usando ainda as palavras do autor: "O núcleo duro da temática do livro circula em torno da ideia de que durante a Alta Idade Média foram surgindo sinais, alguns deles muito isolados e sem efeitos posteriores, de uma viragem de enfoque, cada vez maior, para a natureza e o conhecimento empírico dela. Outro aspecto desse núcleo duro é a noção de que um dos momentos da referida viragem (...) teve lugar em Portugal durante o período da Expansão". E, num dos ensaios publicados: "A necessidade obrigou os portugueses de Quinhentos a reinventarem a roda. A verdade, porém, é que a reinventaram mesmo, e num contexto completamente diferente do grego e do medieval, ao terem de se largar Atlântico fora 'por mares nunca dantes navegados', forçados a mapear metade do mundo, algumas partes completamente desconhecidas e outras, a maior parte, inteiramente desconhecidas dos europeus".
A energia do carvão
Vou começar com uma citação de Kandinsky: "De todas as artes, a pintura abstracta é a mais difícil. Requer que saibamos desenhar bem, que tenhamos que ter um sentido elevado de composição e da cor, e que sejamos verdadeiros poetas. Este último ponto é essencial." Esta citação está na apresentação da exposição "A Dull Flask", de Pedro Sousa Vieira, uma série inédita de desenhos de carvão sobre papel patentes na Galeria Belo-Galsterer até 21 de Dezembro (na imagem). Sousa Vieira, que nasceu e trabalha no Porto, desenvolveu, nos últimos anos, uma obra em vários meios, do desenho, à pintura, instalação e fotografia. Nesta nova exposição, volta ao traço a carvão forte e simples que o caracterizou no início da sua carreira, com uma série de desenhos abstractos de uma grande intensidade. Outra sugestão é a exposição "O Material Não Aguenta: Júlio Pomar e Luisa Cunha", com curadoria de Sara Antónia Matos, no Atelier-Museu Júlio Pomar. Esta exposição faz parte da série que tem vindo a ser apresentada e que procura cruzar a obra de Júlio Pomar com a de outros artistas, "de modo a estabelecer novas relações entre a obra do pintor e a contemporaneidade". A preparação desta exposição foi iniciada com o pintor ainda em vida e Júlio Pomar reconheceu na obra de Luísa Cunha "uma qualidade irónica e até mordaz em relação à realidade", que, segundo o pintor, prometia uma aproximação inesperada entre a obra de ambos. Até 13 de Janeiro.
As estradas são para ir
Márcia é uma das mais interessantes vozes femininas da música popular portuguesa contemporânea. Faz parte daquela geração que estudou na escola de jazz do Hot Clube e isso nota-se no cuidado colocado na composição, nos arranjos e na forma como canta. A sua carreira começou no Real Combo Lisbonense (projecto de João Paulo Feliciano), mas mantém uma actividade discográfica a solo desde 2009 - no disco de estreia, existia o tema que a tornou conhecida, "A Pele Que Há Em Mim", que posteriormente teve uma versão em dueto com J.P.Simões. Do seu círculo de trabalho faz também parte Luís Nunes (que assina musicalmente Walter Benjamin) e Filipe C. Monteiro, que assina a produção da maior parte dos temas deste novo disco, e que musicalmente usa o nome Tomara. Esta geração aborda a canção portuguesa de forma diferente e Márcia gosta de cruzar colaborações - António Zambujo, Samuel Úria e Salvador Sobral são os convidados para duetos neste novo disco, "Vai e Vem". Márcia escreveu todas as 12 canções deste álbum, essencialmente intimista, a reflectir sobre si própria, sobre o amor, mas também sobre o seu tempo. Rodeando-se de bons músicos, com arranjos de uma diversidade atraente, Márcia consegue estabelecer um caminho muito próprio. As minhas canções favoritas são "Manilha", "Emudeci", "Do Que Eu Sou Capaz, "Corredor" e "Ao Chegar", de onde aliás é tirada a expressão que dá o título a estas linhas : "Lembra-te ao chegar/ que as estradas são para ir/vemos sempre mais ao longe".
A bela garoupa
Volta e meia, um amigo leva-me a descobrir um daqueles restaurantes lisboetas que se mantém fiel à clientela habitual sem cair em modas. Esta semana, foi assim que descobri o Restaurante Manuel Caçador, que fica bem perto do Areeiro. Por sugestão desse meu amigo, que é cliente regular, fui pela garoupa grelhada. O restaurante tem uma belíssima banca de peixe logo na entrada, ao fundo do balcão, antes de se passar para a sala, simples, luminosa e confortável. O primeiro comentário vai para o pão da casa, cortado em nacos grandes, e que veio com umas azeitonas bem temperadas que serviram para entreter enquanto não chegaram as belíssimas postas de garoupa, grelhadas no carvão, no ponto certo. Vieram acompanhadas de feijão verde e batata cozida de boa qualidade. Devo dizer que não comia uma garoupa grelhada tão boa desde o tempo do falecido Senhor António do Restaurante A Paz, na Ajuda. Uma posta de garoupa alta, fresca, bem grelhada, é uma coisa única, e esta do Manuel Caçador vai fazer-me lá voltar mais vezes. Do outro lado da mesa, o meu amigo dizia-me que, em próximas ocasiões, devo experimentar o peixe-espada grelhado ou a pescada cozida. O único conceito que existe neste restaurante é que o peixe é fresquíssimo e muito bem cozinhado. O vinho tinto da casa é honesto, o ambiente é muito simpático. Restaurante Manuel Caçador, Rua Agostinho Lourenço 339 A. Telefone 218 486 965.
Salta! Enquanto cais, descobrirás como abrir as tuas asas.
Ray Bradbury
Cavaco, as memórias de um narciso
Esta semana, Cavaco Silva resolveu, com estrondo, sair da sua sonsa reforma. Com o arrogante estilo de sempre, veio contar a sua versão da História recente de Portugal - centrada nele próprio, narciso como é, em mais um volume da sua biografia política. Não é muito usual que um ex-Presidente da República, menos de três anos depois do fim do seu mandato, se ponha a revelar factos, teoricamente reservados, ocorridos durante o desempenho do cargo, ainda para mais relativos ao Governo em exercício e ao anterior primeiro-ministro. Só por si, esta pressa de moldar a História à sua própria versão é sinal da falta de elegância e de "fair play", assim como do ressabiamento que caracterizaram a sua acção política ao longo dos anos. O lema de Cavaco, recorde-se, é "nunca me engano e raramente tenho dúvidas", o que só por si é um manifesto de arrogância. E é, além disso, uma falsificação no que toca à parte do "nunca me engano" (como, aliás, se pode comprovar pela sua acção enquanto primeiro-ministro e, depois, enquanto Presidente da República). Foi a partir do núcleo duro de Cavaco Silva que o BPN se criou, foi com ele que parte do PSD se refinou enquanto aparelho oportunista na política e nos negócios. Além disso, como hoje já se percebe bem melhor, o modelo que criou e estimulou de desenvolvimento para o país, à custa de betão e obras públicas, é polémico, serviu para enriquecer alguns, financiar a política e partidos, e os resultados não são os melhores se compararmos com outros países - nomeadamente se olharmos para a liquidação da agricultura e da pesca. A sua actuação enquanto Presidente da República tem episódios lamentáveis, que ele omite naturalmente. O facto de haver quem veja nele o eterno D. Sebastião do PSD diz muito sobre uma geração de políticos que o continuam a colocar num pedestal e que vivem num registo de adoração elucidativo da pobreza das ideias que têm.
• Portugal mantém a terceira maior dívida pública da União Europeia (UE), em 2017 • o ministro das Finanças não revelou ainda o montante das cativações que prevê fazer no Orçamento do Estado de 2019 • o ex-eurodeputado socialista Vital Moreira afirmou que a redução das propinas proposta pelo Governo é uma medida eleiçoeira e reaccionária • o montante das compras feitas com cartões bancários portugueses no estrangeiro cresceu 24% durante o Verão em relação ao ano anterior, e atingiu 1093 milhões de euros; os trabalhadores portugueses fazem uma pausa de almoço de 58 minutos em média, a maior de toda a Europa • segundo a Marktest, nos últimos anos, triplicou o número de portugueses que utiliza serviços de mensagem instantânea através de várias aplicações • a rádio capta cerca de um terço dos seus ouvintes regulares entre as seis e as dez da manhã • está prevista a construção de 208 novos estabelecimentos hoteleiros em Lisboa, quase duplicando a capacidade existente • no último mês, morreram oito pessoas em acidentes no mesmo troço do IC8 • uma comissão parlamentar deu parecer desfavorável à nomeação do deputado socialista Carlos Pereira para vogal do conselho de administração da ERSE, para onde tinha sido indicado pelo Governo.
Dixit
"A direita portuguesa hoje não existe (...) Rui Rio é uma anomalia no sistema político."
Vasco Pulido Valente
O fascínio pelo novo
A História de Portugal no período dos Descobrimentos dos séculos XV e XVI é absolutamente extraordinária e o novo livro de Onésimo Teotónio Almeida, "O Século dos Prodígios", aborda uma área particularmente interessante desse período - a evolução da Ciência no Portugal da expansão. Trata-se de uma série de ensaios, artigos e comunicações, feitos ao longo de vários anos e em diversas circunstâncias. Editados finalmente em conjunto, permitem, segundo o autor, "uma revisitação global do papel português na abertura à modernidade científica" traçando uma história paralela à das descobertas e que mostra o fascínio pelo novo. Usando ainda as palavras do autor: "O núcleo duro da temática do livro circula em torno da ideia de que durante a Alta Idade Média foram surgindo sinais, alguns deles muito isolados e sem efeitos posteriores, de uma viragem de enfoque, cada vez maior, para a natureza e o conhecimento empírico dela. Outro aspecto desse núcleo duro é a noção de que um dos momentos da referida viragem (...) teve lugar em Portugal durante o período da Expansão". E, num dos ensaios publicados: "A necessidade obrigou os portugueses de Quinhentos a reinventarem a roda. A verdade, porém, é que a reinventaram mesmo, e num contexto completamente diferente do grego e do medieval, ao terem de se largar Atlântico fora 'por mares nunca dantes navegados', forçados a mapear metade do mundo, algumas partes completamente desconhecidas e outras, a maior parte, inteiramente desconhecidas dos europeus".
Bolsa de valores
As obras de Pedro Sousa Vieira da série A Dull Flask são desenhos a carvão em papel Hahnemühle William Turner, 100% algodão, 310g, com as dimensões de 31,5 x 22,9, com o preço unitário de 750 euros, sem moldura, com IVA incluído, na Galeria Belo-Galsterer Rua Castilho 71, RC, Esq.
Melodias de sempre
Os actuais políticos podem ficar descansados que a sua influência perdura - uma candidata à liderança da JS apresentou um currículo académico com mentiras nas habilitações reais.
A energia do carvão
Vou começar com uma citação de Kandinsky: "De todas as artes, a pintura abstracta é a mais difícil. Requer que saibamos desenhar bem, que tenhamos que ter um sentido elevado de composição e da cor, e que sejamos verdadeiros poetas. Este último ponto é essencial." Esta citação está na apresentação da exposição "A Dull Flask", de Pedro Sousa Vieira, uma série inédita de desenhos de carvão sobre papel patentes na Galeria Belo-Galsterer até 21 de Dezembro (na imagem). Sousa Vieira, que nasceu e trabalha no Porto, desenvolveu, nos últimos anos, uma obra em vários meios, do desenho, à pintura, instalação e fotografia. Nesta nova exposição, volta ao traço a carvão forte e simples que o caracterizou no início da sua carreira, com uma série de desenhos abstractos de uma grande intensidade. Outra sugestão é a exposição "O Material Não Aguenta: Júlio Pomar e Luisa Cunha", com curadoria de Sara Antónia Matos, no Atelier-Museu Júlio Pomar. Esta exposição faz parte da série que tem vindo a ser apresentada e que procura cruzar a obra de Júlio Pomar com a de outros artistas, "de modo a estabelecer novas relações entre a obra do pintor e a contemporaneidade". A preparação desta exposição foi iniciada com o pintor ainda em vida e Júlio Pomar reconheceu na obra de Luísa Cunha "uma qualidade irónica e até mordaz em relação à realidade", que, segundo o pintor, prometia uma aproximação inesperada entre a obra de ambos. Até 13 de Janeiro.
As estradas são para ir
Márcia é uma das mais interessantes vozes femininas da música popular portuguesa contemporânea. Faz parte daquela geração que estudou na escola de jazz do Hot Clube e isso nota-se no cuidado colocado na composição, nos arranjos e na forma como canta. A sua carreira começou no Real Combo Lisbonense (projecto de João Paulo Feliciano), mas mantém uma actividade discográfica a solo desde 2009 - no disco de estreia, existia o tema que a tornou conhecida, "A Pele Que Há Em Mim", que posteriormente teve uma versão em dueto com J.P.Simões. Do seu círculo de trabalho faz também parte Luís Nunes (que assina musicalmente Walter Benjamin) e Filipe C. Monteiro, que assina a produção da maior parte dos temas deste novo disco, e que musicalmente usa o nome Tomara. Esta geração aborda a canção portuguesa de forma diferente e Márcia gosta de cruzar colaborações - António Zambujo, Samuel Úria e Salvador Sobral são os convidados para duetos neste novo disco, "Vai e Vem". Márcia escreveu todas as 12 canções deste álbum, essencialmente intimista, a reflectir sobre si própria, sobre o amor, mas também sobre o seu tempo. Rodeando-se de bons músicos, com arranjos de uma diversidade atraente, Márcia consegue estabelecer um caminho muito próprio. As minhas canções favoritas são "Manilha", "Emudeci", "Do Que Eu Sou Capaz, "Corredor" e "Ao Chegar", de onde aliás é tirada a expressão que dá o título a estas linhas : "Lembra-te ao chegar/ que as estradas são para ir/vemos sempre mais ao longe".
A bela garoupa
Volta e meia, um amigo leva-me a descobrir um daqueles restaurantes lisboetas que se mantém fiel à clientela habitual sem cair em modas. Esta semana, foi assim que descobri o Restaurante Manuel Caçador, que fica bem perto do Areeiro. Por sugestão desse meu amigo, que é cliente regular, fui pela garoupa grelhada. O restaurante tem uma belíssima banca de peixe logo na entrada, ao fundo do balcão, antes de se passar para a sala, simples, luminosa e confortável. O primeiro comentário vai para o pão da casa, cortado em nacos grandes, e que veio com umas azeitonas bem temperadas que serviram para entreter enquanto não chegaram as belíssimas postas de garoupa, grelhadas no carvão, no ponto certo. Vieram acompanhadas de feijão verde e batata cozida de boa qualidade. Devo dizer que não comia uma garoupa grelhada tão boa desde o tempo do falecido Senhor António do Restaurante A Paz, na Ajuda. Uma posta de garoupa alta, fresca, bem grelhada, é uma coisa única, e esta do Manuel Caçador vai fazer-me lá voltar mais vezes. Do outro lado da mesa, o meu amigo dizia-me que, em próximas ocasiões, devo experimentar o peixe-espada grelhado ou a pescada cozida. O único conceito que existe neste restaurante é que o peixe é fresquíssimo e muito bem cozinhado. O vinho tinto da casa é honesto, o ambiente é muito simpático. Restaurante Manuel Caçador, Rua Agostinho Lourenço 339 A. Telefone 218 486 965.
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