Opinião
A esquina do Rio
O PSD debate-se com uma escolha que, no fundo, tem que ver com reviver o passado e manter o sistema como está, ou ser parte de um processo de modernização do sistema político.
Back to basics
Desde que a palavra sobreviva, o homem sobrevive.
Fernando Sobral, em "O Silêncio dos Céus"
Diferenças
O PSD debate-se com uma escolha que, no fundo, tem que ver com reviver o passado e manter o sistema como está, ou ser parte de um processo de modernização do sistema político. Rui Rio, apoiado essencialmente pela velha guarda, surge como uma garantia de continuidade do "status quo" partidário; Pedro Santana Lopes, que tem defendido a necessidade de rever o funcionamento do sistema político, surge como a proposta de ruptura e conta com apoios entre as gerações mais novas do seu partido. Há várias diferenças evidentes entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio, mas esta semana foi colocada em evidência uma das maiores: a capacidade política e táctica e a maneira como é encarada a imagem pública do partido. Rio recusou desde o princípio da disputa a realização de debates com Santana Lopes e este, há dias, escreveu ao seu opositor e recordou-lhe o óbvio: como poderá o PSD no futuro, em eleições nacionais, reivindicar debates com o seu principal opositor se internamente os recusa? Rui Rio não teve outro remédio do que recuar e aceitar debater frente a frente. Chama-se a isto capacidade política e sentido táctico. O episódio mostra de forma cristalina os dois mundos que se confrontam dentro do mesmo partido: um, conservador, virado para dentro, sem rasgo nem visão; e outro, de mudança, virado para o exterior, que procura alargar o debate à sociedade, e que gosta de desafios. As eleições internas do PSD não são apenas um contar de apoios e espingardas distritais. São um momento para reflectir como um partido deve funcionar hoje em dia na sociedade contemporânea.
Semanada
• Só este ano, os 175 assaltos já verificados a máquinas multibanco renderam dois milhões de euros • um regulamento previsto na lei desde 2013, com medidas para evitar roubos nas máquinas ATM, esteve quase cinco anos sem ser publicado • segundo o INE, perto de 80% das famílias portuguesas têm acesso à internet e um terço já a usou para encomendar bens ou serviços, mais do dobro do início da década • segundo a Marktest, 3,8 milhões de portugueses têm o hábito de ler notícias através do telemóvel ou tablet, mas há 2,7 milhões de portugueses que contactam com a imprensa exclusivamente em papel • há ainda 588 freguesias portuguesas sem acesso a banda larga no telemóvel • a Marktest contabiliza 3 milhões e 291 mil lares com TV paga (cabo), o que corresponde a 81,4% dos lares portugueses, e a penetração deste serviço tem revelado uma tendência crescente ao longo dos últimos anos, passando de 46,4% em 2006 para os 81,4% agora observados • ao aprovar o Orçamento do Estado para 2018, a Assembleia da República assumiu compromissos de aumento da despesa e de perda da receita para 2019 num total de 593 milhões de euros • o Bloco de Esquerda acusou o PS de deslealdade por quebra de compromissos relativamente ao Orçamento do Estado • o ministro da Saúde avisou a presidente do Infarmed da decisão da mudança para o Porto dia 21 de Novembro, às oito da manhã, depois de ter recebido instruções nesse sentido, na véspera, do primeiro-ministro, logo após se ter sabido que a Agência Europeia do Medicamento não iria para o Porto • o Presidente da República defendeu esta segunda-feira que "a política clássica, longe das pessoas, ignorando a sociedade, sem inovação, está condenada", e lançou um apelo aos responsáveis políticos para que inovem e façam progredir os sistemas políticos.
Ver
O Museu de Arte Popular acolhe até 27 de Maio a primeira grande exposição realizada em Portugal do artista gráfico holandês Escher. Maurits Cornelis Escher tornou-se conhecido pela sua técnica de xilogravuras, litografias e meios-tons que mostram construções aparentemente impossíveis, utilizando padrões geométricos cruzados que evoluem para formas completamente diferentes, muitas vezes criando efeitos que exploram ilusões de óptica. No seu trabalho procurava representar o espaço, tridimensional, no plano bidimensional que cabe na folha de papel e, neste processo, criava imagens impossíveis e com o seu quê de surrealismo. Escher nasceu no final do século XIX e morreu em 1972, mas foi sobretudo nos anos 60 que a sua obra ganhou notoriedade e projecção, apesar de o seu trabalho ter sido muitas vezes rejeitado e menosprezado como uma forma menor de expressão artística. Foi um influente artista numa rara simbiose europeia entre o surrealismo, a pop art e o psicadelismo, e a sua colaboração com músicos e grupos nos anos 60 é assinalável. A presente exposição conta, além das duas centenas de obras, com um conjunto de equipamentos didácticos e de experiências científicas, que possibilitam rever o percurso criativo de Escher. Entre os trabalhos apresentados nesta exposição, encontram-se obras como este "Vínculo da União", de 1956, aqui reproduzida. Museu de Arte Popular, Avenida Brasília, todos os dias das 10h às 20h. Se estiver no Porto, não perca "José de Almada Negreiros - Desenho em Movimento", no Museu Nacional Soares dos Reis, até 18 de Março do próximo ano. A exposição, que a Gulbenkian organizou em Lisboa há uns meses, chega agora ao Porto.
Gosto
Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, afirmou que, neste momento, o PSD "não precisa de uma folha de Excel a ditar o futuro".
Não gosto
Da forma como alguns académicos se sujeitam a pretender dar um arremedo de cobertura científica a iniciativas de propaganda política.
Folhear
Um dos maiores problemas com que hoje em dia as empresas se deparam é conseguirem manter os seus melhores colaboradores - não só mantê-los na empresa, mas conseguir que estejam empenhados. Há uma geração, saída das universidades há pouco tempo, que já não vive no conceito do emprego para toda a vida e que gosta de apostar na sua própria evolução. Além das questões salariais, há sinais de reconhecimento e de estímulo que muitas vezes são tão importantes como um aumento. "Era Uma Vez Um Talento", de Dalila Pinto de Almeida, reflecte, a partir de uma história real, sobre o que fazer para reter as melhores pessoas numa organização. Desde o diagnóstico que permite perceber como se caracteriza um talento no seio de uma empresa, até a um guia para fazer o seu enquadramento na organização, promover o seu desenvolvimento e fazer o controlo regular da sua prestação, este livro é simultaneamente um relato de uma situação real e um manual informal para a acção de empresas que se preocupam com os seus quadros. Dalila Pinto de Almeida trabalha em Consultoria Organizacional há 25 anos, com especialização em Executive Search e Coaching de Executivos. Além da sua empresa, DPA Consultoria, integra a THNK School Of Creative Leadership, como Leadership Coach, e vai escrevendo regularmente no seu blogue Telescópio. Este livro, agora editado pela Vida Económica, acaba por pegar em temas que a autora foi abordando nos seus posts. Aqui chegado, devo fazer uma declaração de interesse: acompanhei a preparação do livro desde o início. E continuo a achar que foi uma bela ideia. E uma bela história.
Arco da velha
A direcção da Casa dos Rapazes de Viana do Castelo suspendeu duas funcionárias que denunciaram maus-tratos infligidos a crianças na instituição e manteve ao serviço os cinco acusados dessas práticas.
Ouvir
A primeira vez que fui a Los Angeles, quis ir ver onde ficava o Hotel California. Conhecia-o de ser protagonista de uma canção dos Eagles a que, volta e meia, regresso. Localizado em Santa Monica, bem perto do mar, o Hotel mudou entretanto de designação e agora chama-se Sea Blue, um nome sem nenhuma graça - parece um detergente. Retenho ainda a imagem dele com o nome original e, claro, as nove canções do álbum homónimo dos Eagles, editado no fim de 1976 ou princípio de 1977, dependendo do local de lançamento. Seja como for, já lá vão passados 40 anos sobre a sua edição. Foi o quarto LP dos Eagles e o seu primeiro grande sucesso. Aqui estão temas como "Life In The Fast lane", "There Is A New Kid In Town" e, claro "Hotel California", a canção que deu o título ao álbum. Don Felder, Don Henley, Glen Frey, Joe Walsh e Randy Meisner são os nomes que fizeram dos Eagles uma banda de culto na década de 60, uma referência musical na costa oeste dos Estados Unidos, um bom bocado antes de ser Silicon Valley a brilhar ali em vez da música. Para assinalar os 40 anos da edição original, foi agora publicado um duplo CD em que, além do LP original, se inclui um segundo CD com dez temas gravados ao vivo em diversos locais da digressão da banda em 1976 - e que incluem temas da fase anterior da carreira dos Eagles. A gravação e a mistura respeitam o ar do tempo e dão uma boa ideia do que poderia ser um concerto da banda nesses anos. Bem sei que sou fã dos Eagles, mas esta edição é mesmo uma preciosidade.
Dixit
Sinto que sou um pequeno arbusto na enorme floresta digital, e que só com um golpe genial - de talento, sorte, ou combinando ambos - alguém
vai ligar ao que escrevo. Habituei-me a viver nesta recatada humildade, onde escrever não é mais do que um velho hábito que alimento.
Pedro Rolo Duarte, no seu blogue, no passado dia 8 de Outubro
Provar
O sítio existe já há uns anos, é discreto e confortável. Fica na Rua Bartolomeu Dias, entre os Jerónimos e a Torre de Belém e o seu nome, Descoberta, tem que ver certamente com a evocação do local. Além das salas, quando o tempo está de feição, há também uma esplanada. Na entrada fica uma mercearia e garrafeira com bons produtos portugueses, desde vinhos raros à ginjinha de Lisboa. A ementa tem sugestões para picar, pratos vegetarianos, saladas e propostas de carne e peixe mais substanciais.
Numa recente visita foram elogiadas as lulinhas, o caril de galinha, o arroz de legumes com ovo escalfado e a salada de garoupa (aqui lamentando-se que fosse aparentemente usada salada de pacote - mas a garoupa era boa). Quando se chega à mesa, há várias ofertas de pão, com azeite balsâmico, uma pasta de azeitona e manteiga com flor de sal e redução de tinta roriz.
Os acompanhamentos são escolhidos à parte e destacam-se os purés de castanha e de batata-doce com aipo. Além de se poder escolher um dos vinhos à venda, pode optar-se por uma boa selecção e vinhos a copo a preços sensatos. Nos doces, o aplauso foi para com doce de ovos com sorbet de limão e um crumble de pêra. Vale a pena descobrir o Descobre - aberto todos os dias, Rua Bartolomeu Dias 65, telef. 218 056 461.
Desde que a palavra sobreviva, o homem sobrevive.
Fernando Sobral, em "O Silêncio dos Céus"
Diferenças
O PSD debate-se com uma escolha que, no fundo, tem que ver com reviver o passado e manter o sistema como está, ou ser parte de um processo de modernização do sistema político. Rui Rio, apoiado essencialmente pela velha guarda, surge como uma garantia de continuidade do "status quo" partidário; Pedro Santana Lopes, que tem defendido a necessidade de rever o funcionamento do sistema político, surge como a proposta de ruptura e conta com apoios entre as gerações mais novas do seu partido. Há várias diferenças evidentes entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio, mas esta semana foi colocada em evidência uma das maiores: a capacidade política e táctica e a maneira como é encarada a imagem pública do partido. Rio recusou desde o princípio da disputa a realização de debates com Santana Lopes e este, há dias, escreveu ao seu opositor e recordou-lhe o óbvio: como poderá o PSD no futuro, em eleições nacionais, reivindicar debates com o seu principal opositor se internamente os recusa? Rui Rio não teve outro remédio do que recuar e aceitar debater frente a frente. Chama-se a isto capacidade política e sentido táctico. O episódio mostra de forma cristalina os dois mundos que se confrontam dentro do mesmo partido: um, conservador, virado para dentro, sem rasgo nem visão; e outro, de mudança, virado para o exterior, que procura alargar o debate à sociedade, e que gosta de desafios. As eleições internas do PSD não são apenas um contar de apoios e espingardas distritais. São um momento para reflectir como um partido deve funcionar hoje em dia na sociedade contemporânea.
• Só este ano, os 175 assaltos já verificados a máquinas multibanco renderam dois milhões de euros • um regulamento previsto na lei desde 2013, com medidas para evitar roubos nas máquinas ATM, esteve quase cinco anos sem ser publicado • segundo o INE, perto de 80% das famílias portuguesas têm acesso à internet e um terço já a usou para encomendar bens ou serviços, mais do dobro do início da década • segundo a Marktest, 3,8 milhões de portugueses têm o hábito de ler notícias através do telemóvel ou tablet, mas há 2,7 milhões de portugueses que contactam com a imprensa exclusivamente em papel • há ainda 588 freguesias portuguesas sem acesso a banda larga no telemóvel • a Marktest contabiliza 3 milhões e 291 mil lares com TV paga (cabo), o que corresponde a 81,4% dos lares portugueses, e a penetração deste serviço tem revelado uma tendência crescente ao longo dos últimos anos, passando de 46,4% em 2006 para os 81,4% agora observados • ao aprovar o Orçamento do Estado para 2018, a Assembleia da República assumiu compromissos de aumento da despesa e de perda da receita para 2019 num total de 593 milhões de euros • o Bloco de Esquerda acusou o PS de deslealdade por quebra de compromissos relativamente ao Orçamento do Estado • o ministro da Saúde avisou a presidente do Infarmed da decisão da mudança para o Porto dia 21 de Novembro, às oito da manhã, depois de ter recebido instruções nesse sentido, na véspera, do primeiro-ministro, logo após se ter sabido que a Agência Europeia do Medicamento não iria para o Porto • o Presidente da República defendeu esta segunda-feira que "a política clássica, longe das pessoas, ignorando a sociedade, sem inovação, está condenada", e lançou um apelo aos responsáveis políticos para que inovem e façam progredir os sistemas políticos.
Ver
O Museu de Arte Popular acolhe até 27 de Maio a primeira grande exposição realizada em Portugal do artista gráfico holandês Escher. Maurits Cornelis Escher tornou-se conhecido pela sua técnica de xilogravuras, litografias e meios-tons que mostram construções aparentemente impossíveis, utilizando padrões geométricos cruzados que evoluem para formas completamente diferentes, muitas vezes criando efeitos que exploram ilusões de óptica. No seu trabalho procurava representar o espaço, tridimensional, no plano bidimensional que cabe na folha de papel e, neste processo, criava imagens impossíveis e com o seu quê de surrealismo. Escher nasceu no final do século XIX e morreu em 1972, mas foi sobretudo nos anos 60 que a sua obra ganhou notoriedade e projecção, apesar de o seu trabalho ter sido muitas vezes rejeitado e menosprezado como uma forma menor de expressão artística. Foi um influente artista numa rara simbiose europeia entre o surrealismo, a pop art e o psicadelismo, e a sua colaboração com músicos e grupos nos anos 60 é assinalável. A presente exposição conta, além das duas centenas de obras, com um conjunto de equipamentos didácticos e de experiências científicas, que possibilitam rever o percurso criativo de Escher. Entre os trabalhos apresentados nesta exposição, encontram-se obras como este "Vínculo da União", de 1956, aqui reproduzida. Museu de Arte Popular, Avenida Brasília, todos os dias das 10h às 20h. Se estiver no Porto, não perca "José de Almada Negreiros - Desenho em Movimento", no Museu Nacional Soares dos Reis, até 18 de Março do próximo ano. A exposição, que a Gulbenkian organizou em Lisboa há uns meses, chega agora ao Porto.
Gosto
Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, afirmou que, neste momento, o PSD "não precisa de uma folha de Excel a ditar o futuro".
Não gosto
Da forma como alguns académicos se sujeitam a pretender dar um arremedo de cobertura científica a iniciativas de propaganda política.
Folhear
Um dos maiores problemas com que hoje em dia as empresas se deparam é conseguirem manter os seus melhores colaboradores - não só mantê-los na empresa, mas conseguir que estejam empenhados. Há uma geração, saída das universidades há pouco tempo, que já não vive no conceito do emprego para toda a vida e que gosta de apostar na sua própria evolução. Além das questões salariais, há sinais de reconhecimento e de estímulo que muitas vezes são tão importantes como um aumento. "Era Uma Vez Um Talento", de Dalila Pinto de Almeida, reflecte, a partir de uma história real, sobre o que fazer para reter as melhores pessoas numa organização. Desde o diagnóstico que permite perceber como se caracteriza um talento no seio de uma empresa, até a um guia para fazer o seu enquadramento na organização, promover o seu desenvolvimento e fazer o controlo regular da sua prestação, este livro é simultaneamente um relato de uma situação real e um manual informal para a acção de empresas que se preocupam com os seus quadros. Dalila Pinto de Almeida trabalha em Consultoria Organizacional há 25 anos, com especialização em Executive Search e Coaching de Executivos. Além da sua empresa, DPA Consultoria, integra a THNK School Of Creative Leadership, como Leadership Coach, e vai escrevendo regularmente no seu blogue Telescópio. Este livro, agora editado pela Vida Económica, acaba por pegar em temas que a autora foi abordando nos seus posts. Aqui chegado, devo fazer uma declaração de interesse: acompanhei a preparação do livro desde o início. E continuo a achar que foi uma bela ideia. E uma bela história.
Arco da velha
A direcção da Casa dos Rapazes de Viana do Castelo suspendeu duas funcionárias que denunciaram maus-tratos infligidos a crianças na instituição e manteve ao serviço os cinco acusados dessas práticas.
Ouvir
A primeira vez que fui a Los Angeles, quis ir ver onde ficava o Hotel California. Conhecia-o de ser protagonista de uma canção dos Eagles a que, volta e meia, regresso. Localizado em Santa Monica, bem perto do mar, o Hotel mudou entretanto de designação e agora chama-se Sea Blue, um nome sem nenhuma graça - parece um detergente. Retenho ainda a imagem dele com o nome original e, claro, as nove canções do álbum homónimo dos Eagles, editado no fim de 1976 ou princípio de 1977, dependendo do local de lançamento. Seja como for, já lá vão passados 40 anos sobre a sua edição. Foi o quarto LP dos Eagles e o seu primeiro grande sucesso. Aqui estão temas como "Life In The Fast lane", "There Is A New Kid In Town" e, claro "Hotel California", a canção que deu o título ao álbum. Don Felder, Don Henley, Glen Frey, Joe Walsh e Randy Meisner são os nomes que fizeram dos Eagles uma banda de culto na década de 60, uma referência musical na costa oeste dos Estados Unidos, um bom bocado antes de ser Silicon Valley a brilhar ali em vez da música. Para assinalar os 40 anos da edição original, foi agora publicado um duplo CD em que, além do LP original, se inclui um segundo CD com dez temas gravados ao vivo em diversos locais da digressão da banda em 1976 - e que incluem temas da fase anterior da carreira dos Eagles. A gravação e a mistura respeitam o ar do tempo e dão uma boa ideia do que poderia ser um concerto da banda nesses anos. Bem sei que sou fã dos Eagles, mas esta edição é mesmo uma preciosidade.
Dixit
Sinto que sou um pequeno arbusto na enorme floresta digital, e que só com um golpe genial - de talento, sorte, ou combinando ambos - alguém
vai ligar ao que escrevo. Habituei-me a viver nesta recatada humildade, onde escrever não é mais do que um velho hábito que alimento.
Pedro Rolo Duarte, no seu blogue, no passado dia 8 de Outubro
Provar
O sítio existe já há uns anos, é discreto e confortável. Fica na Rua Bartolomeu Dias, entre os Jerónimos e a Torre de Belém e o seu nome, Descoberta, tem que ver certamente com a evocação do local. Além das salas, quando o tempo está de feição, há também uma esplanada. Na entrada fica uma mercearia e garrafeira com bons produtos portugueses, desde vinhos raros à ginjinha de Lisboa. A ementa tem sugestões para picar, pratos vegetarianos, saladas e propostas de carne e peixe mais substanciais.
Numa recente visita foram elogiadas as lulinhas, o caril de galinha, o arroz de legumes com ovo escalfado e a salada de garoupa (aqui lamentando-se que fosse aparentemente usada salada de pacote - mas a garoupa era boa). Quando se chega à mesa, há várias ofertas de pão, com azeite balsâmico, uma pasta de azeitona e manteiga com flor de sal e redução de tinta roriz.
Os acompanhamentos são escolhidos à parte e destacam-se os purés de castanha e de batata-doce com aipo. Além de se poder escolher um dos vinhos à venda, pode optar-se por uma boa selecção e vinhos a copo a preços sensatos. Nos doces, o aplauso foi para com doce de ovos com sorbet de limão e um crumble de pêra. Vale a pena descobrir o Descobre - aberto todos os dias, Rua Bartolomeu Dias 65, telef. 218 056 461.
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