Opinião
A esquina do Rio
Eu percebo que os britânicos que votaram pela permanência na União Europeia se sintam incomodados com o resultado do referendo.
Back to basics
A democracia é a pior das formas de governo, à excepção de todas as outras que foram ensaiadas.
Winston Churchill
Brexit
Eu percebo que os britânicos que votaram pela permanência na União Europeia se sintam incomodados com o resultado do referendo. Mas já não entendo que os burocratas de Bruxelas, com Juncker à cabeça, se armem em carpideiras do Brexit. Durante anos, fizeram a Europa adoecer, permitiram que entrasse em estado comatoso e incentivaram que ficasse moribunda.
Desde a data do referendo sucedem-se a partir de Bruxelas os disparates, as ameaças, as pressões contra os cidadãos britânicos que votaram pela saída e instiga-se a revolta dos que quiseram ficar, numa ingerência intolerável sobre o resultado de um voto. As carpideiras de Bruxelas não esperavam este resultado porque nunca percebem o que se passa e porque a realidade, para eles, é turvada pelos cocktails que frequentam em círculo fechado.
Não foi o Reino Unido que perdeu, foi a Alemanha, com as posições que forçou a Europa a tomar, frequentemente com a ajuda do Governo francês (como aconteceu em outros momentos da História), que venceu o primeiro round. Mas, na verdade, isto só agora começou e daqui a uns tempos há-de haver quem pergunte se preferimos ser aliados da Alemanha ou do Reino Unido, se queremos estar com a mais antiga democracia da Europa e com o país onde a criatividade é uma da maiores indústrias nacionais, ou se queremos ficar do lado de quem provocou duas guerras e tem no sangue interferir noutros países.
O que se vê dos votos de Juncker e dos seus semelhantes, pelas declarações que proferem, é que os votos afinal valem pouco na Europa. Não admira - um parlamento europeu que é um verbo de encher e não passa de um pesado centro de custos que irradia directivas absurdas tem sido um dos mais fortes destruidores da utopia europeísta.
"Os líderes da UE devem considerar seriamente fazer o que não conseguiram fazer desde 2008: resolver as suas múltiplas crises em vez de tentar saídas improvisadas (...) O Reino Unido não é a causa de tudo isto. A Zona Euro e os seus líderes assustadoramente fracos são os culpados" - as palavras são de Wolfgang Münchau, no Financial Times.
Semanada
• Em dois anos, ataques terroristas mataram 10 pessoas por dia em todo o mundo • o ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu numa entrevista que as previsões sobre o crescimento da economia nacional podem ser revistas em baixa em Outubro • António Costa veio pouco depois contradizê-lo, afirmando que para 2016 "os dados estão lançados e dão contas certas" • há escolas do ensino básico a passar alunos com sete negativas • o preço da água em Olhão subiu 35% • o chefe do Estado-Maior do Exército decidiu substituir o subdirector do Colégio Militar e o director de Educação e Doutrina do Exército • há poucos dias o Exército tinha anunciado que um inquérito realizado em Maio ao Colégio Militar "não identificou quaisquer evidências da existência de situações discriminatórias, motivadas por questões raciais, religiosas, sexuais, com base na orientação sexual ou por outros factores" • desde o início do Euro já foram difundidas mais de 30 mil notícias sobre a competição, 70% das quais sobre a Selecção Nacional • segundo a Marktest 40,2% dos residentes no continente com 15 e mais anos ouvem música gravada ou online através do computador, o telemóvel é o segundo suporte mais usado com 31,7% de referências, seguido do auto-rádio com 25,0% e só depois a aparelhagem hi-fi, com 17,7%, o tablet, com 15,7%, e os leitores de formatos digitais, com 8,1%. • Manuel Sebastião, ex-presidente da Autoridade da Concorrência, estima que a "soma simples dos custos dos quatro desastres" bancários, BPN, BPP, BES e Banif, entre 2010 e 2015, aponta para 17,1 mil milhões de euros, o que se traduz num igual aumento da dívida pública, o equivalente a 9,5 % do PIB.
Folhear
A revista Monocle, que aqui tenho elogiado várias vezes, está a chegar a um momento difícil. Muita da frescura e inovação que apresentou quando foi lançada, em 2007, desvaneceu-se com o tempo. Instalou-se a rotina - de temas, de grafismo, editorial. A qualidade da fotografia baixou mas, pior do que tudo, a proliferação de conteúdos, patrocinados ou apoiados, não identificados como tal, está a chegar a um ponto de desequilíbrio.
Há demasiada troca de interesses e favores recíprocos que se adivinha lendo as páginas de sucessivas edições. Sente-se cada vez mais que a redacção da revista fala sobre locais que aborda com reduzido conhecimento, ouvindo fontes pouco diversificadas e, muitas vezes, fazendo passar mensagens desfocadas da realidade. A edição de Julho /Agosto, como é hábito, tem a lista das 25 cidades que a Monocle considera as melhores para se viver. Tóquio continuou no primeiro lugar, seguida de Berlim, Viena, Copenhaga e Munique. Madrid aparece na 14.ª posição e Lisboa na 16.ª, tendo subido dois lugares desde o ano passado - mas com alertas para temas como o trânsito caótico e a dificuldade de estacionamento que diz deverem ser melhorados.
Lisboa aparece ainda com um destaque, sobre os seus parques e jardins, um pretexto para o vereador Sá Fernandes fazer um dos seus exercícios de propaganda demagógica, com pouca correspondência com a verdade, infelizmente sem contraditório. Lisboa pode ser muito curiosa para um estrangeiro que nos visite dois ou três dias, mas está cada vez pior para se viver. Os seus habitantes e contribuintes são cada vez mais acossados por um executivo camarário em desvario de obras eleitoralistas. Não deixa de ser curioso que Sá Fernandes se declare satisfeito por ser considerado um inimigo dos automobilistas e que, no editorial de última página, o director da Monocle, Tyler Brûlé sublinhe: "Acreditamos firmemente que os veículos pessoais (táxis e outros) ainda têm cabimento nos centros das cidades e suas periferias."
Gosto
Ramalho Eanes pediu a fiscalização das promessas dos políticos e da exequibilidade financeira de certas promessas eleitorais.
Não gosto
Do comportamento de ingerência do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble.
Ver
O novo museu da EDP, o maat (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia) começou a desvendar a sua actividade esta semana. Criado dentro da Fundação EDP, a partir do espaço da Central Tejo, em Belém, o maat abriu a primeira fase, fruto da remodelação de espaços no edifício da Central Tejo, já concluída, com um sensível aumento da área expositiva. O novo edifício, em fase adiantada de construção, abrirá no Outono e será o novo pólo de desenvolvimento das actividades da Fundação EDP na área da arte contemporânea. A partir desta semana ficaram patentes quatro exposições, de que me permito destacar "Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, A Vida e outros Interlúdios" (na imagem). É um trabalho de Edgar Martins. Um dos poucos fotógrafos portugueses que têm feito uma carreira internacional. Foi um dos vencedores do BES Photo e tem numerosos projectos, que combinam um lado documental com uma visão muito pessoal, estudada e criativa. A exposição que agora é apresentada no maat é o seu mais recente projecto, fruto de uma pesquisa no Instituto de Medicina Legal de Lisboa, feita ao longo de três anos. É um trabalho sobre o universo e o imaginário da morte, em especial da morte violenta, e sobre o papel que a fotografia tem exercido na sua percepção. "Lightopia", a segunda exposição, resulta de uma parceria com o Vitra Design Museum e aborda a forma como a luz eléctrica revolucionou o nosso ambiente. A terceira exposição assinala o facto de o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia ser a mais recente instituição a integrar o Artists' Film International, um programa dedicado à exibição de vídeos, filmes e animações realizadas por artistas de todo o mundo. Integra agora 16 entidades e foi iniciado em 2008 pela Whitechapel Gallery, de Londres. Finalmente, a quarta exposição desta série, "Segunda Natureza" visita o acervo da colecção de Arte da Fundação EDP e apresenta cerca de cinquenta obras realizadas por vinte e seis artistas, que datam desde os anos de 1970 até ao presente e onde me permito destacar uma peça poderosa, de Manuel Baptista, "Falésia". Na Central Tejo, Avenida Brasília, todos os dias até Outubro, excepto às terças, entre as 12h e as 20h.
Arco da velha
Vítor Constâncio, na carta que dirigiu à Assembleia da República sobre o caso Banif, disse ter hoje uma "memória muito lacunar" dos assuntos em torno desse tema, que analisou enquanto governador do Banco de Portugal.
Ouvir
O pianista Bruce Brubaker escolheu algumas das obras mais conhecidas de Philip Glass e interpretou-as, de uma forma que faz com que, mesmo os apreciadores mais dedicados de Glass, possam aqui sentir algumas novidades. Brubaker é um dos mais interessantes pianistas norte-americanos, que combina uma sólida formação clássica com o prazer da reinterpretação de compositores contemporâneos - aliás já gravou várias obras de Glass e também de John Cage ou Meredith Monk. Neste "Glass Piano" Brubaker baseou-se no repertório que o próprio Philip Glass escolheu para o seu disco "Solo Piano" de 1989. Aqui estão peças bem conhecidas como "Mad Rush", os cinco movimentos de "Metamorphosis", "Knee Play" e o incontornável "Wichita Vortex Sutra", que Glass compôs inspirado num poema de Allen Ginsberg. E é precisamente em "Wichita" que Brubaker atinge o seu melhor momento nestas reinterpretações. CD In Finé, no Spotify, onde também pode ouvir as remixes feitas para "Mad Rush", "Metamorphosis" e "Knee For Thought".
Dixit
É a última vez que aplaudem aqui. (...) O povo britânico votou a favor da saída. Porque estão aqui?
Jean-Claude Juncker, Presidente da Comissão Europeia, dirigindo-se a deputados do Reino Unido no Parlamento Europeu.
Provar
João Portugal Ramos tornou-se conhecido como um dos primeiros enólogos a iniciar a grande mudança dos vinhos no Alentejo - primeiro trabalhando para vários produtores, depois, a partir das suas próprias vinhas, criando marcas próprias que fizeram nome. Mais tarde lançou-se, com sucesso, ao desafio do Douro, das Beiras, da região de Lisboa e do Vinho Verde. Alguns dos seus vinhos, como o Duorum e o Foz do Arouce ganharam importantes prémios de revistas norte-americanas. Pelo caminho surgiu um projecto de enoturismo, a adega Vila Santa, e, agora, um azeite - o Oliveira Ramos Extra Virgem, a partir de olivais de Estremoz, com colheita tradicional e extracção a frio. O azeite assim obtido tem uma acidez de 0,2, bastante frutado de azeitonas, sabor cheio. Um bom teste para qualquer azeite é prová-lo no pão e este passa essa prova com distinção.
A democracia é a pior das formas de governo, à excepção de todas as outras que foram ensaiadas.
Winston Churchill
Brexit
Eu percebo que os britânicos que votaram pela permanência na União Europeia se sintam incomodados com o resultado do referendo. Mas já não entendo que os burocratas de Bruxelas, com Juncker à cabeça, se armem em carpideiras do Brexit. Durante anos, fizeram a Europa adoecer, permitiram que entrasse em estado comatoso e incentivaram que ficasse moribunda.
Desde a data do referendo sucedem-se a partir de Bruxelas os disparates, as ameaças, as pressões contra os cidadãos britânicos que votaram pela saída e instiga-se a revolta dos que quiseram ficar, numa ingerência intolerável sobre o resultado de um voto. As carpideiras de Bruxelas não esperavam este resultado porque nunca percebem o que se passa e porque a realidade, para eles, é turvada pelos cocktails que frequentam em círculo fechado.
Não foi o Reino Unido que perdeu, foi a Alemanha, com as posições que forçou a Europa a tomar, frequentemente com a ajuda do Governo francês (como aconteceu em outros momentos da História), que venceu o primeiro round. Mas, na verdade, isto só agora começou e daqui a uns tempos há-de haver quem pergunte se preferimos ser aliados da Alemanha ou do Reino Unido, se queremos estar com a mais antiga democracia da Europa e com o país onde a criatividade é uma da maiores indústrias nacionais, ou se queremos ficar do lado de quem provocou duas guerras e tem no sangue interferir noutros países.
O que se vê dos votos de Juncker e dos seus semelhantes, pelas declarações que proferem, é que os votos afinal valem pouco na Europa. Não admira - um parlamento europeu que é um verbo de encher e não passa de um pesado centro de custos que irradia directivas absurdas tem sido um dos mais fortes destruidores da utopia europeísta.
"Os líderes da UE devem considerar seriamente fazer o que não conseguiram fazer desde 2008: resolver as suas múltiplas crises em vez de tentar saídas improvisadas (...) O Reino Unido não é a causa de tudo isto. A Zona Euro e os seus líderes assustadoramente fracos são os culpados" - as palavras são de Wolfgang Münchau, no Financial Times.
• Em dois anos, ataques terroristas mataram 10 pessoas por dia em todo o mundo • o ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu numa entrevista que as previsões sobre o crescimento da economia nacional podem ser revistas em baixa em Outubro • António Costa veio pouco depois contradizê-lo, afirmando que para 2016 "os dados estão lançados e dão contas certas" • há escolas do ensino básico a passar alunos com sete negativas • o preço da água em Olhão subiu 35% • o chefe do Estado-Maior do Exército decidiu substituir o subdirector do Colégio Militar e o director de Educação e Doutrina do Exército • há poucos dias o Exército tinha anunciado que um inquérito realizado em Maio ao Colégio Militar "não identificou quaisquer evidências da existência de situações discriminatórias, motivadas por questões raciais, religiosas, sexuais, com base na orientação sexual ou por outros factores" • desde o início do Euro já foram difundidas mais de 30 mil notícias sobre a competição, 70% das quais sobre a Selecção Nacional • segundo a Marktest 40,2% dos residentes no continente com 15 e mais anos ouvem música gravada ou online através do computador, o telemóvel é o segundo suporte mais usado com 31,7% de referências, seguido do auto-rádio com 25,0% e só depois a aparelhagem hi-fi, com 17,7%, o tablet, com 15,7%, e os leitores de formatos digitais, com 8,1%. • Manuel Sebastião, ex-presidente da Autoridade da Concorrência, estima que a "soma simples dos custos dos quatro desastres" bancários, BPN, BPP, BES e Banif, entre 2010 e 2015, aponta para 17,1 mil milhões de euros, o que se traduz num igual aumento da dívida pública, o equivalente a 9,5 % do PIB.
Folhear
A revista Monocle, que aqui tenho elogiado várias vezes, está a chegar a um momento difícil. Muita da frescura e inovação que apresentou quando foi lançada, em 2007, desvaneceu-se com o tempo. Instalou-se a rotina - de temas, de grafismo, editorial. A qualidade da fotografia baixou mas, pior do que tudo, a proliferação de conteúdos, patrocinados ou apoiados, não identificados como tal, está a chegar a um ponto de desequilíbrio.
Há demasiada troca de interesses e favores recíprocos que se adivinha lendo as páginas de sucessivas edições. Sente-se cada vez mais que a redacção da revista fala sobre locais que aborda com reduzido conhecimento, ouvindo fontes pouco diversificadas e, muitas vezes, fazendo passar mensagens desfocadas da realidade. A edição de Julho /Agosto, como é hábito, tem a lista das 25 cidades que a Monocle considera as melhores para se viver. Tóquio continuou no primeiro lugar, seguida de Berlim, Viena, Copenhaga e Munique. Madrid aparece na 14.ª posição e Lisboa na 16.ª, tendo subido dois lugares desde o ano passado - mas com alertas para temas como o trânsito caótico e a dificuldade de estacionamento que diz deverem ser melhorados.
Lisboa aparece ainda com um destaque, sobre os seus parques e jardins, um pretexto para o vereador Sá Fernandes fazer um dos seus exercícios de propaganda demagógica, com pouca correspondência com a verdade, infelizmente sem contraditório. Lisboa pode ser muito curiosa para um estrangeiro que nos visite dois ou três dias, mas está cada vez pior para se viver. Os seus habitantes e contribuintes são cada vez mais acossados por um executivo camarário em desvario de obras eleitoralistas. Não deixa de ser curioso que Sá Fernandes se declare satisfeito por ser considerado um inimigo dos automobilistas e que, no editorial de última página, o director da Monocle, Tyler Brûlé sublinhe: "Acreditamos firmemente que os veículos pessoais (táxis e outros) ainda têm cabimento nos centros das cidades e suas periferias."
Gosto
Ramalho Eanes pediu a fiscalização das promessas dos políticos e da exequibilidade financeira de certas promessas eleitorais.
Não gosto
Do comportamento de ingerência do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble.
Ver
O novo museu da EDP, o maat (Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia) começou a desvendar a sua actividade esta semana. Criado dentro da Fundação EDP, a partir do espaço da Central Tejo, em Belém, o maat abriu a primeira fase, fruto da remodelação de espaços no edifício da Central Tejo, já concluída, com um sensível aumento da área expositiva. O novo edifício, em fase adiantada de construção, abrirá no Outono e será o novo pólo de desenvolvimento das actividades da Fundação EDP na área da arte contemporânea. A partir desta semana ficaram patentes quatro exposições, de que me permito destacar "Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, A Vida e outros Interlúdios" (na imagem). É um trabalho de Edgar Martins. Um dos poucos fotógrafos portugueses que têm feito uma carreira internacional. Foi um dos vencedores do BES Photo e tem numerosos projectos, que combinam um lado documental com uma visão muito pessoal, estudada e criativa. A exposição que agora é apresentada no maat é o seu mais recente projecto, fruto de uma pesquisa no Instituto de Medicina Legal de Lisboa, feita ao longo de três anos. É um trabalho sobre o universo e o imaginário da morte, em especial da morte violenta, e sobre o papel que a fotografia tem exercido na sua percepção. "Lightopia", a segunda exposição, resulta de uma parceria com o Vitra Design Museum e aborda a forma como a luz eléctrica revolucionou o nosso ambiente. A terceira exposição assinala o facto de o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia ser a mais recente instituição a integrar o Artists' Film International, um programa dedicado à exibição de vídeos, filmes e animações realizadas por artistas de todo o mundo. Integra agora 16 entidades e foi iniciado em 2008 pela Whitechapel Gallery, de Londres. Finalmente, a quarta exposição desta série, "Segunda Natureza" visita o acervo da colecção de Arte da Fundação EDP e apresenta cerca de cinquenta obras realizadas por vinte e seis artistas, que datam desde os anos de 1970 até ao presente e onde me permito destacar uma peça poderosa, de Manuel Baptista, "Falésia". Na Central Tejo, Avenida Brasília, todos os dias até Outubro, excepto às terças, entre as 12h e as 20h.
Arco da velha
Vítor Constâncio, na carta que dirigiu à Assembleia da República sobre o caso Banif, disse ter hoje uma "memória muito lacunar" dos assuntos em torno desse tema, que analisou enquanto governador do Banco de Portugal.
Ouvir
O pianista Bruce Brubaker escolheu algumas das obras mais conhecidas de Philip Glass e interpretou-as, de uma forma que faz com que, mesmo os apreciadores mais dedicados de Glass, possam aqui sentir algumas novidades. Brubaker é um dos mais interessantes pianistas norte-americanos, que combina uma sólida formação clássica com o prazer da reinterpretação de compositores contemporâneos - aliás já gravou várias obras de Glass e também de John Cage ou Meredith Monk. Neste "Glass Piano" Brubaker baseou-se no repertório que o próprio Philip Glass escolheu para o seu disco "Solo Piano" de 1989. Aqui estão peças bem conhecidas como "Mad Rush", os cinco movimentos de "Metamorphosis", "Knee Play" e o incontornável "Wichita Vortex Sutra", que Glass compôs inspirado num poema de Allen Ginsberg. E é precisamente em "Wichita" que Brubaker atinge o seu melhor momento nestas reinterpretações. CD In Finé, no Spotify, onde também pode ouvir as remixes feitas para "Mad Rush", "Metamorphosis" e "Knee For Thought".
Dixit
É a última vez que aplaudem aqui. (...) O povo britânico votou a favor da saída. Porque estão aqui?
Jean-Claude Juncker, Presidente da Comissão Europeia, dirigindo-se a deputados do Reino Unido no Parlamento Europeu.
Provar
João Portugal Ramos tornou-se conhecido como um dos primeiros enólogos a iniciar a grande mudança dos vinhos no Alentejo - primeiro trabalhando para vários produtores, depois, a partir das suas próprias vinhas, criando marcas próprias que fizeram nome. Mais tarde lançou-se, com sucesso, ao desafio do Douro, das Beiras, da região de Lisboa e do Vinho Verde. Alguns dos seus vinhos, como o Duorum e o Foz do Arouce ganharam importantes prémios de revistas norte-americanas. Pelo caminho surgiu um projecto de enoturismo, a adega Vila Santa, e, agora, um azeite - o Oliveira Ramos Extra Virgem, a partir de olivais de Estremoz, com colheita tradicional e extracção a frio. O azeite assim obtido tem uma acidez de 0,2, bastante frutado de azeitonas, sabor cheio. Um bom teste para qualquer azeite é prová-lo no pão e este passa essa prova com distinção.
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