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24 de Dezembro de 2014 às 09:43

A esquina do Rio

No primeiro mês de detenção, José Sócrates recebeu mais de duas dezenas de visitas de dirigentes e quadros do PS

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Back to basics

O grande problema com os tempos actuais é que o futuro já não é aquilo que costumava ser.

Paul Valéry

 

 

Semanada

• No primeiro mês de detenção, José Sócrates recebeu mais de duas dezenas de visitas de dirigentes e quadros do PS  o Público "online" fez um título fantástico: "João Soares foi visto em Évora"  mais de metade das receitas de empresas ligadas a Santos Silva vieram de câmaras PS e da Parque Escolar  João Perna, o motorista de Sócrates, confirmou ter feito viagens a Paris e disse que Carlos Santos Silva lhe entregava dinheiro para o fundo de maneio do ex-primeiro-ministro  João Pernas passa a prisão domiciliária  segundo o Expresso, Sócrates admitiu não saber quanto recebeu de Santos Silva  Portugal perdeu 146 mil habitantes desde o início da década  a TAP pediu um empréstimo de 250 milhões para fazer face à crise de tesouraria que atravessa  a Força Aérea lançou o primeiro curso de pilotos de drones  as famílias portuguesas gastam uma média de 271 euros em prendas de Natal, mais do que os espanhóis, os gregos e os russos  Marques Mendes e José Maria Ricciardi são ambos administradores de uma imobiliária ligada ao BES.

 

 

Distraídos

Nos últimos tempos, em diversas ocasiões, em diversas circunstâncias, tornou-se habitual ouvir responsáveis de empresas, bancos e até de organismos oficiais dizerem que não sabiam o que se passava nas estruturas que dirigiam, que não tinham conhecimento de decisões onde eram suposto terem participado. Aparentemente, apesar de estarem em postos de direcção, não detectaram o mais leve indício de que alguma coisa de menos boa se passava. É como se estivessem em lugares de responsabilidade sem, de facto, terem nenhuma responsabilidade. Como um amigo meu dizia este fim-de-semana, a questão é que, durante anos, todas estas pessoas ganharam salários aparentemente sem nada terem feito daquilo que fazia parte das suas funções enquanto responsáveis e dirigentes. Continuo a citar o meu amigo, recomendando que o melhor seria que todas estas pessoas devolvessem os salários e prémios que ganharam, já que nada fizeram daquilo que deviam, já que confessam nada saber daquilo que se passava à sua volta. Ou, mais prosaicamente, "se não sabia, se não acompanhou, devolva todos os salários que ganhou para saber e acompanhar".

 

 

Dixit

"Chega o Natal e os meus amigos inundam-me de cuecas e de meias. Triste fado.
Mas por que motivo eu não terei um amigo como o amigo de José Sócrates?".
João Pereira Coutinho

 

 

Folhear

Já pensaram numa aventura meio passada no futuro, entre uma Londres desolada e uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, onde nada é como agora pensamos ou esperamos que seja? A história, passada entre épocas, num labirinto de personagens e enigmas, gira em torno de viagens no tempo, armas, drogas e terrorismo. O livro, agora editado, "The Peripheral", é a 11ª obra de William Gibson, que se tornou conhecido há 30 anos, em 1984, com "Neuromante" - o livro que mudou a ficção científica e abriu novos caminhos à imaginação, ajudando a definir a cultura da época. "The Peripheral" é um bilhete para uma viagem ao futuro, num mundo caótico, de valores invertidos e mistérios. São 480 páginas que nos projectam noutra dimensão. Como referia o The Guardian, qualquer um dos 11 livros de William Gibson estão entre as melhores e mais singulares novelas escritas em inglês. (à venda na Amazon)

 

 

Gosto
Da sugestão, de Marcelo Rebelo de Sousa, dirigida a Cavaco Silva, para que ele fale sobre a TAP.


Não gosto
De o FMI ter responsabilidades na epidemia do Ébola, segundo um estudo da Universidade de Cambridge, devido às políticas na área da saúde que implementou na África Ocidental.

 

 

Ver

Temos a infeliz mania de dizer que por aqui não se passa nada. Mas é mentira. Passam-se imensas coisas boas em Portugal. Quando nos aplicamos, sabemos fazer na indústria, na agricultura e nos serviços. E sabemos também juntar vontades para mostrar a nossa História. Uma visita ao Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota é uma belíssima surpresa. Faz-nos pensar que Portugal já teve estratégia, assente na ideia da independência e da expansão. Que, nos séculos XV e XVI, soubemos marcar fronteiras e ir além delas. Soubemos analisar os inimigos, ver quais eram os seus pontos fracos e utilizar os nossos pontos fortes. Essa é a grande lição de Nuno Álvares Pereira, que a Fundação Batalha de Aljubarrota tão bem conta, sem nacionalismos serôdios, mas com orgulho e rigor. A minha sugestão é que planeiem uma visita à Fundação, que passeiem no campo de batalha e vejam as indicações que lá estão, que se sentem a assistir ao espectáculo multimédia que recria a batalha. Este não é um museu morto, é uma obra bem viva. A partir do antigo museu militar que ali existia, foi desenvolvida uma nova área, tecnologicamente evoluída e exemplar nos conteúdos que proporciona. Ao olhar para a obra da Fundação, fico a pensar que ela merece ser mais conhecida e divulgada. Fica a uma hora e um quarto de Lisboa e permite-nos, a todos, compreender melhor o país que é o nosso. www.fundacao-aljubarrota.pt.

 

 

Arco da velha

Luís Filipe Menezes invocou a sua qualidade de Conselheiro de Estado do Presidente da República para classificar de devassa da sua vida privada a investigação da Judiciária aos seus sinais exteriores de riqueza.

 

 

Ouvir

Se eu tivesse que escolher um disco de Natal, daquelas colectâneas que se fazem sempre nesta época, escolhia "Round Nina - A tribute to Nina Simone". São dez das grandes canções que Nina Simone cantou, interpretadas por nomes contemporâneos, que vão de Gregory Porter e Melody Gardot a Lianne La Havas, com passagem obrigatória em Camille, que faz uma excelente versão de "My Baby Just Cares For Me". Outras hipóteses de prendas natalícias discográficas: se o lado clássico for o objectivo, sugiro a belíssima nova edição da Decca para a Ópera Turandot, de Puccini, um registo de uma versão histórica, com as participações de Joan Sutherland, Luciano Pavarotti, Montserrat Caballé e Tom Krause, numa gravação do início dos anos 70 dirigida por Zubin Mehta. Se o saudosismo imperar, então vale a pena redescobrir "Crime Of The Century", dos Supertramp, que eu costumo dizer que são a banda com o nome mais autocrítico da história da música popular. Finalmente, ainda nas memórias, destaco o disco que assinala os 20 anos do álbum "Viagens", de Pedro Abrunhosa. Se gostam de bandas sonoras, a do mais recente "Hobbit", "The Battle of The Five Armies", foi composta por Howard Shore e vale a pena ser bem ouvida. E, finalmente, aquele que para mim é o melhor disco-prenda deste Natal: "Amália no Chiado", que foi agora editado (e já aqui mencionado há duas semanas) e que inclui inéditos e raridades gravadas no estúdio que existia na antiga loja Valentim de Carvalho no Chiado, em 1951, tinha Amália 31 anos nessa altura. Imperdível.

 

 

Provar

Como imagino que não se esteja em fase de dietas, sugiro que se aproveitem estes dias, entre o Natal e o Ano Novo, para rumarem a Portalegre, ao restaurante Tomba Lobos. Na mesa, há pão como deve ser, azeitonas das boas. Só as entradas são uma perdição: da tiborna aos peixinhos da horta, passando pelos queijinhos assados e umas inesperadas e deliciosas pétalas de toucinho. Se gosta de tutano, experimente as vieiras do montado. No dia em que lá fui recentemente, um sábado, havia cozido de grão, com chouriço mouro e farinheira, boas carnes da região. Na sobremesa, venceu uma boleima de maçã e uns queijinhos de ovos irresistíveis. A casa tem duas salas, fica nos limites de Portalegre e, além das duas salas do restaurante, tem uma zona onde pode adquirir produtos que levam o carimbo do autor de toda esta cozinha, José Júlio Vintém. Destaque para os seus enfrascados - perdiz de escabeche, orelha de porco, salada de pato, coelho de vilão e fraca de escabeche. A acompanhar a refeição, veio um vinho da região, o Herdade Porto da Bouga, tinto, reserva, feito na Serra de São Mamede. O Tomba Lobos fica no Bairro da Pedra Basta, lote 16, e o telefone é o 965416630. Se seguirem a sua página no Facebook, podem ver o que o Chef Vintém vai propondo na ementa, como uma perdiz brava assada no forno à antiga que, por estes dias, lá tem aparecido.

 

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