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14 de Agosto de 2014 às 10:04

A esquina do rio

Quando se vai a votos, espera-se que os votantes escolham entre propostas diferentes, entre programas e ideias concretas, entre estratégias políticas e sociais diversas, certo?

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Back to basics

Não teria nenhum problema em estar de acordo contigo, se tu tivesses razão. Robin Williams

 

 

Semanada

• Devido à falta de alunos, as reduções de preços nas universidades privadas chegam aos 80% • quase metade dos desempregados estão sem trabalho há dois anos • uma mulher em Felgueiras prostituía a filha de doze anos a troco de carregamentos de telemóvel • em Portugal, nos últimos três anos, a percentagem de divórcios em relação aos casamentos realizados é de 70% • este ano, os deputados tiveram mais 17% de faltas às sessões do Parlamento que no ano anterior - um total de 1.634 faltas, uma média de 16 faltas por sessão • o número de jovens entre os 15 e os 29 anos em Portugal caiu em quase meio milhão de pessoas na última década • uma sondagem desta semana aponta que a maioria dos portugueses não acredita no sucesso das investigações da justiça no caso BES • Jorge Silva Carvalho, conhecido como o espião que foi para a Ongoing, foi designado director científico do MBA em Gestão do Conhecimento e Inteligência Competitiva, na Coimbra Business School • segundo o Tribunal de Contas, a receita do IVA desceu 3,3% de 2012 para 2013 em vez de ter aumentado 3,5%, como dizia o Governo • o Tribunal de Contas considerou que as medidas de austeridade dos últimos três anos são precárias, centradas no curto prazo e foram insuficientes para conter a despesa do Estado com pensões  o sector da construção e obras públicas continua a ser aquele em que se verifica maior número de insolvências de empresas  em Junho deste ano, registou-se uma queda de 20% no número de empresas que declararam insolvência  depois da crise do BES, a Bolsa de Lisboa, cujos resultados a colocavam entre as dez melhores a nível mundial, passou a ser a terceira pior do mundo, apenas à frente do Gana e da Venezuela.

 

 

Fuga

Quando se vai a votos, espera-se que os votantes escolham entre propostas diferentes, entre programas e ideias concretas, entre estratégias políticas e sociais diversas, certo? Quando há umas eleições, seja numa associação, numa agremiação desportiva, numa autarquia, num partido ou no país, o lógico é que os eleitores possam decidir com base no que os candidatos opinaram sobre as principais questões que, no cargo a que se candidatam, se lhes colocarão, não é? No entanto, quem seguir o que tem estado a acontecer nas primárias do PS dificilmente poderá seguir este raciocínio. Nas primárias do PS, levou-se a fulanização da política ao extremo. Os eleitores, sejam militantes ou simpatizantes, não têm por onde escolher entre programas diferentes ou propostas diversas porque, pura e simplesmente, elas não se encontram explicitadas. Os dois candidatos, mas António Costa principalmente, fogem de tomar posição sobre os temas mais quentes e decisivos que se podem colocar a um primeiro-ministro português nos próximos anos - e, no entanto, estas eleições são, teoricamente, para escolher quem será o candidato do PS a tal cargo nas próximas legislativas. Aos eleitores, face à fuga a dar resposta a questões concretas e à realidade, resta escolherem entre duas pessoas, entre dois estilos, entre duas imagens, entre duas retóricas. Quando a política se resume a estilo, o resultado nunca é bom.

 

 

Dixit

"A reforma do Estado não é possível com estes actores políticos."
Luís Palha da Silva

 

 

Ver

O Centro Português de Fotografia funciona na antiga Cadeia da Relação, no Porto, e desenvolve, com poucos meios, um trabalho exemplar, quer na salvaguarda do património fotográfico que lhe está confiado, quer na apresentação de diversas exposições temporárias. Actualmente, e até finais de Setembro, destaco três exposições: "Prostituição, retratos de uma vida na rua", do espanhol Rúben García (na imagem), "A Pose e a Presa", que mostra um outro olhar sobre o universo da Caça e que ganhou a bolsa atribuída em 2013 pela Estação Imagem de Mora, e finalmente o trabalho de Mário Cruz, o vencedor do prémio de fotojornalismo 2014, também da Estação Imagem de Mora, com a reportagem "Cegueira Recente", que mostra a vida no Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos sobre pessoas que perderam a visão. Finalmente, vale a pena recordar a exposição permanente, que mostra a evolução do aparelho fotográfico ao longo dos tempos. Por último, destaque para o Projecto 14 que reúne trabalhos de fim de curso de alunos de várias instituições de ensino que abordam a fotografia. O CPF funciona entre terça a sexta das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00, e aos sábados, domingos e feriados entre as 15h00 e as 19h00.

 

 

Gosto

Produção da Autoeuropa aumentou 12,3% no primeiro semestre deste ano.

 

 

Não gosto

Sete em cada dez novos casos em Tribunal são devidos a dívidas. 

 

 

Folhear

Cada vez vale a mais a pena folhear o British Journal Of Photography - seja em papel, seja na boa edição digital para iPad. Depois de, em Julho, ter feito uma edição dedicada à nova fotografia espanhola - desde fotógrafos a editores e curadores de exposições, passando pelo clássico Joan Fontcuberta, a edição de Agosto é dedicada à fotografia de guerra.
O pretexto da edição é o centenário da I Grande Guerra, mas quis o destino que as imagens mais contemporâneas calhassem numa altura em que, em várias zonas, se reacendem conflitos violentos. A acompanhar fotografias duras e explícitas de várias guerras em várias épocas e diversas zonas do globo estão textos de enquadramento e de análise sobre o que tem sido o poder e o papel da fotografia nestes conflitos.

 

 

Provar

Ele há dias em que mais valia não me sentar num restaurante para almoçar. Foi o que me aconteceu, nas Avenidas Novas, no Laurentina, apelidado, sabe-se lá porquê, o Rei do Bacalhau. Sentado na esplanada, iludido pela vontade de bacalhau com grão, depressa me arrependi. Saiu-me um daqueles empregados espertalhões que servem para iludir turistas e acham que podem fazer o mesmo a clientes nacionais. Primeiro, quis impingir-me uma meia garrafa do que lhe apetecia, nome falado entre dentes para eu não perceber bem, em vez de me mostrar a lista. Saiu-se com uma Duas Quintas que não era bem o que me apetecia, por muito bom que fosse. Chegou morno de temperatura e quente de preço. Passemos então ao bacalhau: ao fim de algum tempo, chegou a meia posta pedida, cozida demais e já esfriada. O grão, que bem podia ser de lata de sensaborão que estava, vinha igualmente friozote e em reduzida quantidade, partilhando o espaço com umas batatas que foram para dentro como chegaram. Lá apareceu a salsa e a cebola, mas não veio o alho. O azeite era abaixo de mediano. A pimenta, pedida, era em pó, envelhecida e mortiça, em vez de ser fresca e em moinho. No entretanto, um empregado entretinha-se a colocar pedaços de batata cozida no chão para alimentar a praga de pombos junto à esplanada. No fim, paguei praticamente 30 euros por mau serviço e comida mal confeccionada e mal servida. Ao meu lado, uma cliente que almoçava com um estrangeiro e pediu factura com número de contribuinte levou como resposta que a conta já estava fechada e que teria de passar depois porque o patrão não estava e só ele podia tratar dessa engenharia - tudo isto se passa a meia centena de metros da ASAE. Esta Laurentina já não se recomenda e até me arrepio do que aconteça aos turistas que por ali passeiam na Conde de Valbom.

 

 

Arco da velha

Sete dias depois de chegar a Bruxelas, o eurodeputado Marinho e Pinto anunciou que irá abandonar o Parlamento Europeu daqui a um ano para se candidatar à Assembleia da República. Diz que o vencimento do novo cargo é "vergonhoso", mas afirmou não tencionar abdicar dele porque "sou pobre, preciso do dinheiro". Anunciou também a sua disponibilidade para se candidatar à Presidência da República depois das eleições legislativas. 

 

 

Ouvir

Em 1987, Dolly Parton, Emmylou Harris e Linda Ronstadt fizeram um álbum apropriadamente designado por "Trio". Venderam para cima de quatro milhões de discos, ganharam dois Grammys e, em 1999, reincidiram com "Trio II" que não teve metade do sucesso. A ideia de colaborações entre músicos de origens diversas é sempre um desafio. Felizmente que a nova aventura a três, e que envolve Norah Jones, Sasha Dobson e Catherine Porter, corre bem. Entre os blues e o jazz de Norah e Sasha, e o rock que sustenta a carreira de Catherine Porter, desenha-se um disco com surpresas como a versão de "Jesus, Etc" de Wilco, uma abordagem clássica mas entusiasmante de "Down By The River", de Neil Diamond, e um arisco "Sex Degrees Of Separation", da própria Dobson. Estas três meninas formaram as Puss N Boots em 2008 quando Norah Jones começou a tocar guitarra nalguns bares de Brooklin, cedo acompanhada por Sasha Dobson e, depois, por Catherine Porter. Durante este tempo, tocaram sobretudo para amigos, nos intervalos das respectivas digressões individuais. Quando se entenderam a tocar guitarra, já tinham ganho reputação como uma banda country e, daí a gravarem este disco para a Blue Note, foi um passo. Constituído em partes iguais por versões e originais, cabe destacar, além das já referidas, as interpretações de "Leaving London" um tema de Tom Paxton, e "Bull Rider", um clássico de Johnny Cash. "No Fools, No Fun", Puss N Boots, CD já à venda.

 

 

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