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28 de Junho de 2017 às 20:14

Conversas erradas

A direita e centro-direita deveria estar do lado das vítimas do Estado tentacular, isto é dos desempregados, da classe média que não vê os seus impostos a diminuírem.

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A FRASE...

 

"PCP diz que há 'cada vez mais' convergência entre Governo, PSD e CDS."

 

São José Almeida, Público, 26 de Junho de 2017

 

A ANÁLISE...

 

esquerda unida por arames, especializou-se em malabarismos políticos, que agradecemos. Engavetou na ação a ideologia anti-europeia e anti-liberal, mas pratica-a no espaço mediático. Finalmente entendeu que situação financeira do país não permite outra saída que não seja o aprofundamento da ligação à Europa. O PS está a ocupar o poder, mas não usa de forma estratégica e reformista. Prisioneiro das contradições do populismo do BE e do anacronismo do PCP, faz o melhor que pode na esfera orçamental. Envereda por debates inconsequentes para calar o extremismo esquerdista, tais como o da dívida e o das décimas nos salários da função pública, o das pensões e o dos direitos adquiridos apenas para fixar preferências eleitorais e gerar fumaça política.

 

A agenda mediática, capturada pelos saudosistas do Estado dirigista, da despesa pública virtuosa, do nacionalismo económico, e dos incentivos do Estado para dirigir o comportamento de empresários, promove entrevistas e textos cirúrgicos para demonstrar os erros da Europa, do Euro e dos "poderosos", e não das políticas públicas socialistas ou socializantes. Não convergimos para a Europa por nossa responsabilidade, e não por culpa da dita Europa.

 

A direita e centro-direita deveria estar do lado das vítimas do Estado tentacular, isto é dos desempregados, da classe média que não vê os seus impostos a diminuírem, da justiça inter-geracional, dos jovens que têm que ser subsidiados pelos pais e avós, e devia apoiar os empresários que não podem empreender por limitações à concorrência. É a concorrência que baixa os preços, e não o Estado, e nos torna mais produtivos e mais ricos. Como referia um jornalista do The Spectator relativamente os conservadores britânicos: estão a fazer conversas erradas. O mesmo se aplica à direita e ao centro direita portugueses.

 

Artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

 

Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

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