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A confusão táctica

Em certos momentos, o PSD parece a equipa de futebol da Argentina: é uma enorme confusão táctica. Ninguém se entende: todos jogam para Messi e este, quando está amuado, esquece-se de driblar e rematar.

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O resultado é um tango trágico: ninguém sabe o que está ali a fazer. Nem o treinador, nem mesmo Maradona. No PSD, há uma guerra civil silenciosa, que de vez em quando se assemelha a um vulcão adormecido: começa a deitar lava e deixa um rasto de fumo tóxico. Ninguém duvida de que os tambores da guerra continuarão a soar até próximo das legislativas e terão o seu expoente quando se discutir a sério o OE de 2019. Rui Rio e a maioria do grupo parlamentar estão em trincheiras opostas: qualquer trégua é apenas temporária. Os deputados sabem que, se Rio aguentar até às legislativas, eles dificilmente voltarão a fazer parte das listas. Algo que, como se sabe, poderá ser doloroso para o povo português. Como reagirão os portugueses, depois de Tony Carreira ter deixado de ser um herói absoluto, se perderem um barítono como Carlos Abreu Amorim? Será uma comoção nacional.

 

Rui Rio tem vindo a apostar numa estratégia de desgaste. Os resultados nas sondagens não são maus e isso conforta-o. Pode não apresentar grandes, médias ou pequenas ideias para o país, para lá da "teoria dos consensos" (que valem zero), mas aguenta-se. Isso permite-lhe mandar mensagens cifradas para Fernando Negrão, que segundo consta lidera a bancada do PSD, por causa do voto a favor do projecto do CDS para diminuir o imposto sobre os combustíveis. Porque isso diminuirá a receita fiscal. Rio sabe que este é um país onde o Governo é uma espécie de CEO dos impostos: sem eles, afoga-se; com eles, pode fazer alguns truques de magia para iludir os eleitores. Quando o segundo escalão de maiores rendimentos de IRS (os "quase ricos") começa perto dos 36 mil euros, isso diz muito sobre a indigência nacional quando nos comparamos com a Europa. O problema é que o pântano onde caminha o PSD é idêntico àquele que Portugal calcorreia.

 

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