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Sistema cooperativo de crédito no Brasil 

Historicamente, as cooperativas de crédito são pioneiras no Brasil. No início do século passado, mais precisamente em 1902, surgiu a primeira cooperativa de crédito do Brasil e da América Latina.

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Tratou-se da Caixa de Economia e Empréstimos Amstad (posteriormente denominada Caixa Rural de Nova Petrópolis), fundada pelo padre suíço Theodor Amstad, e que deu origem à atual Sicredi Pioneira RS, em Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul.

 

Por mais de um século as cooperativas de crédito estiveram circunscritas às categorias profissionais e restritas aos seus territórios municipais. Eram fechadas e muito relacionadas com as operações de crédito (empréstimos) rural, para financiamento das lavouras. Raramente essas cooperativas se instalavam nos meios urbanos.

 

Foi somente em 5 de agosto de 2015 que o Banco Central do Brasil apresentou a Resolução n.º 4.434 que redefiniu todo o sistema organizacional das cooperativas de crédito no país. A partir dessa data as cooperativas de crédito passaram a usufruir protocolos de segurança das contas, bem como a disponibilização de todas as outras operações bancárias tradicionais, tais como, poupança, seguros, previdência privada, aplicações, cartão de crédito, financiamentos, consórcios, empréstimos pessoais, entre outras operações.

 

Para tanto foi exigido que as cooperativas fossem "abertas" além das categorias profissionais e territórios, que se estruturassem em agências com funcionamento semelhante aos bancos e que seus colaboradores fossem profissionais certificados da área e que os diretores executivos fossem também profissionais contratados. Foi mantida a organização dos conselhos de administração e fiscal nos moldes da Lei Federal 5.764/71 (Lei do cooperativismo brasileiro).

 

Hoje o sistema cooperativista de crédito ocupa a sexta posição no ranking de "market share" das instituições financeiras, atingindo 3,6% dos ativos totais do sistema financeiro nacional.

 

Juntas, as cooperativas de crédito no Brasil administram R$296 bilhões de reais, ou seja, por volta de 670 milhões de euros. Contam com 1.000 instituições financeiras, das quais 75% estão ligadas a seis sistemas, todos de abrangência nacional, (em ordem decrescente): SICOOB - Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil; SICREDI - Sistema de Crédito Cooperativo; UNICRED - Cooperativa de Crédito; CECRED - Cooperativa Central de Crédito Urbano; CRESOL - Sistema das Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária; UNIPRIME - Cooperativa de Crédito do Norte do Paraná.

 

O sistema CRESOL, esse mais identificado com os princípios da economia solidária, se divide em: CRESOL Central que atende basicamente os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul com 30 cooperativas singulares afiliadas e 100 agências; CRESOL Sicoper que conta com 21 cooperativas singulares afiliadas atendendo Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Pernambuco com 70 agências; e CRESOL Baser (a mais antiga - fundada em 1995) que atende os estados do Paraná, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Rondónia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, abrangendo 128 cooperativas singulares afiliadas e 120 agências.

 

Economia social no contexto digital

 

Realiza-se no próximo dia 11 de julho, a partir das 15h, o seminário "A economia social no contexto digital: desafios e oportunidades". A iniciativa decorrerá no Grande Auditório do ISCAP, em São Mamede de Infesta (Matosinhos).

 

Serão oradores Eduardo Graça (CASES), Mariana Malta (ISCAP), Augusta Ferreira (U. Aveiro) e Francisco Torres (U. Vigo). A organização é da responsabilidade conjunta das linhas de investigação "Economia Social" e "Accountability e Prestação de Contas" do Centro de Investigação em Estudos Organizacionais e Sociais do Politécnico do Porto. A entrada é livre, mas sujeita a inscrição.

 

Grupo financeiro da economia social

 

No dia 29 de junho foi formalizada a entrada de 50 entidades da economia social no capital social da CEMG - Caixa Económica Montepio Geral (Caixa Económica de Lisboa até 1991), anteriormente detido na totalidade pela sua fundadora, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMM). De acordo com o presidente do conselho de administração da AMM, esta operação visa criar um "grupo financeiro da economia social", que tem como base a CEMG e que mais entidades da economia social deverão, até ao final do ano, juntar-se a esta operação, não devendo, todavia, a participação alienada exceder 2% do capital social. 

 

Professor da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Presidente do CIRIEC Brasil

 

Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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