Opinião
Novos "pedrógãos" podem acontecer
O Governo tem de canalizar mais 300 milhões de euros para a gestão florestal. Ninguém investe em Portugal na floresta sem apoios públicos. Exceto no setor da celulose e do montado. É por isso que a área ardida nestes setores representa apenas 5% do total.
Estão a cumprir-se dois anos que aconteceram os incêndios de Pedrógão. Para assinalar a data, Presidente da República e primeiro-ministro deslocaram-se à região, mas para lá da espuma dos dias e das presenças simbólicas, o que mudou em dois anos para prevenir nova tragédia?
Nada mudou nestes dois anos, pós tragédia de Pedrógão. Não cuidamos como devíamos de mudar a paisagem para evitar nova tragédia. Ou S. Pedro ajuda ou a área ardida este ano vai ser semelhante ou maior do que em 2017. As alterações climáticas estão aí, com toda a sua imprevisibilidade.
Basta que ocorra a regra dos três 30: + de 30º graus de temperatura; + de 30 km/hora de vento; - de 30% de humidade relativa, e estamos na antecâmara de uma nova tragédia. Ou esteve a gestão florestal nestes últimos dois anos: os "mosaicos", os "cortes", as "interrupções" na paisagem?
Não podemos ter medo das palavras. Sem gestão florestal a sério, estamos dependentes da sorte. Sem a implementação de uma estratégia de fogo controlado no inverno, numa área superior a 200 hectares, estamos dependentes da sorte.
O Governo tem de canalizar mais 300 milhões de euros para a gestão florestal. Ninguém investe em Portugal na floresta sem apoios públicos. Exceto no setor da celulose e do montado. É por isso que a área ardida nestes setores representa apenas 5% do total.
A importância da gestão florestal e da existência de meios financeiros públicos disponíveis para o efeito é fator chave para o sucesso e sustentabilidade das florestas de Portugal. O triângulo mágico para o verdadeiro e eficaz combate aos fogos e para a preservação da floresta, que é o nosso 2.º mais importante recurso natural, é constituído pela gestão florestal, pela criação de um sistema de seguros contra os incêndios e pelo combate aos fogos.
Deixo, por fim, algumas perguntas para reflexão: nos últimos dois anos o que se fez para reflorestar aquele território? E o que se fez foi bem feito? E que investimento foi realizado para promover uma eficaz gestão florestal?
Nada mudou nestes dois anos, pós tragédia de Pedrógão. Não cuidamos como devíamos de mudar a paisagem para evitar nova tragédia. Ou S. Pedro ajuda ou a área ardida este ano vai ser semelhante ou maior do que em 2017. As alterações climáticas estão aí, com toda a sua imprevisibilidade.
Não podemos ter medo das palavras. Sem gestão florestal a sério, estamos dependentes da sorte. Sem a implementação de uma estratégia de fogo controlado no inverno, numa área superior a 200 hectares, estamos dependentes da sorte.
O Governo tem de canalizar mais 300 milhões de euros para a gestão florestal. Ninguém investe em Portugal na floresta sem apoios públicos. Exceto no setor da celulose e do montado. É por isso que a área ardida nestes setores representa apenas 5% do total.
A importância da gestão florestal e da existência de meios financeiros públicos disponíveis para o efeito é fator chave para o sucesso e sustentabilidade das florestas de Portugal. O triângulo mágico para o verdadeiro e eficaz combate aos fogos e para a preservação da floresta, que é o nosso 2.º mais importante recurso natural, é constituído pela gestão florestal, pela criação de um sistema de seguros contra os incêndios e pelo combate aos fogos.
Deixo, por fim, algumas perguntas para reflexão: nos últimos dois anos o que se fez para reflorestar aquele território? E o que se fez foi bem feito? E que investimento foi realizado para promover uma eficaz gestão florestal?
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