Opinião
O seu curso está dentro do prazo validade?
A história recente é uma boa mestra, ou se atualiza e expande o conhecimento na sua e noutras áreas ou a probabilidade de desemprego a médio prazo é grande.
Vivemos uma época de caducidade intensa, o conhecimento está em completa mutação, o que é hoje uma verdade inquestionável amanhã já não o é. A sardinha em tempos era um peixe gorduroso e que aumentava o LDL (o mau colesterol), hoje é um elixir de saúde rico em ómega 3 e que aumenta o HDL (o bom colesterol). Jack Welch foi considerado um dos grandes líderes e um dos grandes gurus de gestão nos anos noventa do século XX, hoje muitas das suas ações estariam completamente ultrapassadas e certamente não contribuiriam para o excelente desempenho de então da General Electric (GE).
O conhecimento todos os dias evolui de forma exponencial, simetricamente o contexto altera-se todos os dias. Se o conhecimento se altera e o contexto também, será que faz sentido que a nossa formação tenha uma validade ilimitada?
Há tempos ouvi na conferencia da Executive Digest uma ideia difundida por António Ramalho, presidente e CEO do Novo Banco, e que parece-me interessante "Os cursos superiores deveriam ter um prazo de validade", ou seja, deveriam ter uma caducidade associada. Esta ideia é sem dúvida muito interessante e deveria ser aplicada. Todas as formações realizadas deveriam ter um prazo de validade. Para Portugal ser um país económico-socialmente competitivo é necessário que tenhamos um conhecimento atualizado e válido. Todavia há áreas que por variadíssimas razões e até por uma questão de sobrevivência profissional convivem com esta obrigatoriedade de reciclagem de conhecimentos de uma forma informal, no entanto há outros profissionais que ficam cristalizados no ano em que realizaram as suas formações. A história recente é uma boa mestra, ou se atualiza e expande o conhecimento na sua e noutras áreas ou a probabilidade de desemprego a médio prazo é grande.
Empresário