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Julian Perelman: “O remédio para a fragmentação é o registo de saúde eletrónico”

Julian Perelman alertou que se caminha para uma ainda maior fragmentação com “a intervenção de algumas câmaras municipais na saúde, com planos de saúde privados, com as farmácias a exercer uma grande pressão para poder intervir na área da saúde.”

16 de Novembro de 2022 às 15:00
Julian Perelman, professor associado da ENSP
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"Fala-se de integração de cuidados, mas parece-me que estamos a caminho de uma maior fragmentação e desintegração de cuidados", advertiu Julian Perelman, professor associado da Escola Nacional de Saúde Pública. Na sua análise, há muito tempo que existe uma falta de integração de cuidados. As razões são várias, e vão da falta de comunicação entre os cuidados de saúde primários e os hospitais ao papel dos privados. "As pessoas que têm sistemas de saúde, como seguros, ADSE, saltitam entre o privado e o público, o que não ajuda à eficiência, porque há duplicação de exames, de consultas, nem à saúde, porque os atores não comunicam uns com os outros", considera Julian Perelman. Alertou que se caminha para uma ainda maior fragmentação com "a intervenção de algumas câmaras municipais na saúde, com planos de saúde privados, com oferta de serviços, e com as farmácias a exercer uma grande pressão para poder intervir na área da saúde". Este conjunto de atores no campo da saúde não tem sido considerado pelo Ministério da Saúde, que tem uma visão muito centrada no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas devia assumir a existência destes atores. "O que falta é evitar esta crescente fragmentação e tratar da integração dos cuidados, o que obrigaria o Ministério da Saúde a ter uma visão de sistema nacional de saúde e não apenas de SNS", concluiu Julian Perelman. Para Adalberto Campos Fernandes, professor associado convidado da Escola Nacional de Saúde Pública, "o remédio para a fragmentação é o registo de saúde eletrónico e a saúde eletrónica, porque se sistematiza a informação."
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