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O ecossistema colaborativo

“Há cerca de cinco anos, muitas insurtechs na Europa focavam-se em atacar os incumbentes. Estimamos que cerca de dois terços de todas as insurtechs hoje se concentram na colaboração em vez do ataque”, refere Simon Kaesler, partner da McKinsey.

11 de Janeiro de 2022 às 13:30
Pedro António é Chief Future Officer do Grupo Ageas. DR
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"As insurtechs aparecem no mercado segurador com o objetivo de, por um lado, simplificar a relação entre produtos/serviços e clientes e, por outro lado, exponenciar a utilização de novas tecnologias", refere Pedro António, Chief Future Officer, acrescentando que, "como ambos os objetivos fazem também parte do ADN do Grupo Ageas Portugal, temos vindo a colaborar e promover várias interações com um número crescente de insurtechs, nacionais e internacionais".

Como referiu Simon Kaesler, consultor da McKinsey, na Europa tem havido uma mudança no foco das insurtechs no sentido da colaboração e do B2B (business to business) em vez do B2C (business to consumer). "Há cerca de cinco anos, muitas insurtechs na Europa focavam-se em atacar os incumbentes. Estimamos que cerca de dois terços de todas as insurtechs hoje se concentram na colaboração em vez do ataque."

"Pensar como uma insurtech está no nosso ADN. Iniciámos a implementação de um ecossistema totalmente digital, com todos os processos e tecnologia focados nos parceiros e clientes. A mentalidade agile e de pensar incrementalmente é chave na implementação", defende Alexandre Ramos, CIO da Liberty na Europa Ocidental. Este responsável salientou ainda a importância do ecossistema segurador que é constituído por "muitos parceiros e fornecedores com processos e tecnologias que a Liberty se predispôs a não ignorar. A nossa ligação próxima à inovação do mercado é constante para que possamos sempre dotar os nossos parceiros e clientes da melhor solução".

Para este gestor da Ageas, as insurtechs podem ajudar as seguradoras em alguns dos seus desafios através da colaboração em áreas como a digitalização, na exploração de novos modelos de negócio e na criação de uma melhor proposta de valor para os clientes. "Adicionalmente, trata-se de uma relação sinérgica, pois as insurtechs trazem a tecnologia, know-how e mindset ágil e as seguradoras trazem a experiência e o conhecimento técnico e de mercado", concluiu Pedro António.

Alexandre Ramos olha "para as insurtechs, bem como para outras empresas que inovam constantemente, como parceiras e não como concorrentes" e é "errado assumir que os incumbentes sobreviverão sempre em detrimento das novas empresas, como algumas insurtechs". Considera que "existe algo que as seguradoras detêm, que é distintivo, como as solvências e os cumprimentos regulamentares, entre outros parâmetros. Porém, todos nós - seguradoras e insurtechs - podemos evoluir e aprender a inovar de forma célere e profícua. Temos capacidade de investimento, temos conhecimento, temos robustez e solvência e temos muita vontade de colaborar para que possamos sempre dar o melhor aos nossos parceiros e clientes".

Em 2020, a Ageas lançou o seu programa de inovação aberta com start-ups, o Ageas INsure, "que visa desenvolver e validar soluções inovadoras destinadas a ter impacto na qualidade de vida das pessoas, proteção e experiência do cliente. Acreditamos que existem inúmeras oportunidades que podemos desenvolver e explorar nesta área e manteremos as nossas portas abertas a estas iniciativas", frisou Pedro António.

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