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Jorge Carneiro: “A matéria-prima custa hoje mais do dobro do que em 2020”

Apesar do impacto no custo da matéria-prima, a Bysteel, nos primeiros quatro meses de 2021, faturou mais 34% do que em 2020. Atualmente os seus principais mercados são o francês, britânico e o dos Países Baixos, que representam mais de 80% do volume de negócios.

23 de Setembro de 2021 às 18:30
Jorge Carneiro sublinha o impacto negativo da pandemia ao nível do preço das matérias-primas.
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"Um dos aspetos mais negativos desta pandemia foi sem dúvida o impacto ao nível do preço das matérias-primas. A matéria-prima chega a custar hoje, mais do dobro do que nos custava em 2020", revela Jorge Carneiro, o engenheiro civil que é diretor comercial da Bysteel. Esta empresa foi vencedora da categoria Exportação + Emprego, sendo uma das doze empresas vencedoras do Prémio Exportação e Internacionalização, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco em parceria com a Iberinform Portugal.

Jorge Carneiro refere que "este aspeto tem um efeito muito negativo na negociação atual de novas encomendas, assim como na rentabilidade da operação, pois nesta atividade, principalmente nas estruturas metálicas, o custo da matéria-prima é uma fatia considerável no preço de venda". Para este gestor, "a carteira de obras que possuíamos, permitiu-nos, apesar destas restrições, atingir um valor total de proveitos ao fim do primeiro quadrimestre, 34% superior ao verificado em 2020, ano que foi já o de maior atividade da Bysteel".

O PIER do aeroporto de Schiphol, em Amesterdão, são duas das obras em que a Bysteel esteve envolvida.

Durante a pandemia, a Bysteel e Bysteel fs tomaram todas as medidas possíveis, com vista a minimizar efeitos negativos até porque estão muito dependentes da parte produtiva, pelo que não podíamos correr o risco de ter focos de infeção. "Privilegiamos o teletrabalho sempre que possível e adotamos medidas de confinamento e proteção nos setores onde tal não é possível. Nos setores produtivos onde o risco é maior, aumentamos o número de turnos, diminuindo o número de trabalhadores em atividade simultânea", explica Jorge Carneiro. Como resultado mantiveram a atividade e apesar das perdas de rendimento/produtividade não só conseguiram evitar os lay-offs, como fizeram novas contratações.

Mónaco e Angola

Em 2020, a Bysteel faturou 33,5 milhões de euros e exportou 12 milhões de euros e a Bysteel fs teve um volume de negócios de 3,3 milhões de euros com exportações. Como refere Jorge Carneiro, "os nossos mercados mais importantes são o mercado francês, britânico e o dos Países Baixos, e que representaram neste primeiro quadrimestre de 2021 mais de 80% no nosso volume de negócios". A que juntou em 2021 um novo mercado, o Mónaco. "Paralelamente, procuramos consolidar a nossa posição no mercado nacional, assim como no mercado angolano, onde continuamos a manter a atividade", sublinha Jorge Carneiro.

Adianta que "estes mercados têm um valor conjunto muitíssimo superior ao do mercado nacional, o que nos tem permitido um crescimento apreciável e consistente ao longo do tempo. Acresce que, pelo facto de serem mercados muito evoluídos e prescritores, nos obrigaram a um caminho de rigor e excelência. É nestes mercados onde hoje nos sentimos mais à vontade, e nos quais podemos potenciar a nossa capacidade técnica".

Como principais clientes têm, além do acionista Grupo DST, os grupos Vinci e Bouygues, com quem mantêm relações de parceria desde longa data, assim como a Fayat, Eiffage, Andrade Gutierrez, Saipem.

A Bysteel teve origem em 2008 quando deixou de ser um departamento de metalomecânica do grupo, para se tornar uma empresa autónoma. Nesse ano, a DST fez spin-offs de mais cinco unidades de negócio como extração de inertes, geotecnia, betão pronto, madeiras e rochas ornamentais.

Transformações e obras

Desde então a Bysteel tem passado por diversas transformações O que para Jorge Carneiro tem sido "um dos segredos do sucesso, a capacidade adaptação e de inovação". Entre os vários momentos estratégicos contam-se a decisão de alicerçar a atividade numa forte componente técnica, a adoção dos melhores padrões e certificações de qualidade, a opção pela internacionalização e pela diversificação de mercados equilibrando os mercados mais arriscados mas também mais rentáveis como os mercados mais evoluídos e prescritores, o início de atividade da Bysteel fs complementando assim a oferta das estruturas metálicas com os envelopes arquitetónicos.

A fachada do Hotel Berkeley, em Londres

Hoje, a Bysteel atua no domínio da construção de superestruturas em aço, e tem escritórios em França, Reino Unido, Países Baixos e em Angola. Por sua vez a Bysteel fs atua na área das fachadas porque as soluções tradicionais de revestimentos exteriores estão a evoluir para soluções orgânicas feitas à medida.

Jorge Carneiro enumera algumas das principais obras da Bysteel em que destaca o PIER do aeroporto de Schiphol, em Amesterdão, que implicou estrutura metálica com mais de 6000 toneladas, a conceção e execução da estrutura metálica e fachadas do novo Hotel Berkeley, em Londres, obra da autoria dos arquitetos Rogers, Stirck Harbour & Partners; a conceção e execução das estruturas metálicas do Hipódromo de Longchamps, do arquiteto Dominique Perrault; ou ainda a conceção das estruturas metálicas e fachadas do Saint Lazare 160 em Paris, obra da autoria do arquiteto Jacques Ferrier. "Todas elas, marcos incontornáveis nas paisagens em que se inserem e obras de elevada complexidade e exigência que ajudaram a elevar os nossos padrões de qualidade", conclui Jorge Carneiro.

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