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Inapa: uma empresa com muito papel

Foi fundada em 1965 para fabricar papel. Deixou esse negócio e transformou-se num grande distribuidor de papel, embalagens e comunicação visual. A distribuição de papel foi responsável por 90% do volume de negócios registado em 2022.

12 de Outubro de 2023 às 14:00
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"Somos um grupo eminentemente internacional. Geramos mais de 95% dos nossos negócios fora de Portugal. Por isso, a nossa presença internacional é determinante para o sucesso do grupo. A otimização do processo de consolidação e integração das operações internacionais existentes, algumas das quais recentemente adquiridas, é atualmente uma prioridade. Poderemos, no entanto, considerar a expansão de negócio por aquisição nas áreas de embalagem e comunicação visual (viscom), em linha com o que temos vindo a fazer nos últimos anos", afirma Frederico Lupi, que no início de junho de 2023 foi cooptado para CEO da holding Inapa, depois da saída de Diogo Rezende, que, durante oito anos, foi o líder executivo da Inapa. O novo CEO era o chief operating officer (COO) da Inapa, grupo em que está desde 2015.

Como empresa distribuidora, um dos grandes desafios da Inapa é chegar com qualidade de produto e de serviço aos mais de 80 mil clientes, gere um portefólio superior a 12 mil referências de papel, 16 mil referências de consumíveis de escritório, 4 mil referências de embalagem e uma gama de soluções para comunicação visual e consumíveis gráficos. A distribuição assegura anualmente a colocação de cerca de setecentas mil toneladas de papel, que é feita por mais de 400 camiões a circular diariamente, que, em média, fazem cinco mil entregas por dia. Tem 37 armazéns e plataformas logísticas, que representam uma área de armazenagem próxima dos 200 mil metros quadrados.

O sourcing é chave

Frederico Lupi refere a importância do sourcing, que "é chave para a otimização do processo logístico, mas também para a concretização dos nossos princípios de ESG (ambiente, social e governação)". Acrescenta que "procuramos ter uma rede de abastecimento que nos permita responder às características de cada um dos mercados onde operamos".

Para atingir estes objetivos, "precisamos de nos abastecer de forma muito ágil, mas eficiente, recorrendo para isso a uma base de relações desenvolvidas ao longo de décadas no mercado e a sistemas e competências avançadas de planeamento de operações". Frederico Lupi acrescenta que implica também "uma monitorização próxima e exigente aos fornecedores de forma a assegurar as melhores práticas ESG e minimizar a pegada ambiental da nossa operação. Estes aspetos dependem da existência de competências muito concretas dentro grupo, implicando a colaboração permanente com profissionais e parceiros altamente especializados."

Da fundação à internacionalização

Em 1965, foi aprovado o investimento para instalar uma fábrica de papel de imprimir e escrever em Portugal. É constituída a Inapa - Indústria Nacional de Papéis, que tinha como principais promotores a empresa Socel, hoje The Navigator Company, Joaquim Rasteiro (1900-1994), que estava ligado à fábrica de papel Matrena, e Vasco de Quevedo Pessanha (1909-2004).

A unidade fabril foi feita em Setúbal e semi-integrada com uma unidade produtora de celulose, que fornecia a pasta em estado líquido à Inapa. Esta começou a produção de papel em 1969 e entrou na distribuição dez anos depois através da aquisição de empresas distribuidoras. A Inapa manteve-se como produtora de papel até fevereiro de 2000, altura em que vendeu os seus ativos industriais e centrou a sua atividade na distribuição de papel. Mais tarde alargou a sua atividade a duas novas áreas de negócio, a embalagem e a comunicação visual, que são áreas em que o grupo está atento às oportunidades de aquisição.

A internacionalização da Inapa começou em 1992 por Espanha e, em 1998, fez a aquisição do Grupo Mafipa (França, Bélgica, Luxemburgo, Suíça) e da Tavistock Paper Sales (Inglaterra) e em 2000 com a aquisição de Papier Union, um grande distribuidor de papel alemão, a que se viria adicionar Angola em 2009. Hoje a Inapa está diretamente em sete países e que são a Alemanha, França, a Bélgica, Espanha, Portugal, a Turquia e Angola, mas opera em 10 países. Cerca de 90% da faturação é feita em dois mercados, o alemão e o francês. Portugal representa 4% e concentra 12% dos recursos humanos, que atingem os 1652 empregados, porque a sede é em Lisboa, onde estão instaladas as tecnologias de informação, áreas financeira e administrativa e a gestão de topo.
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